Antes associado à beleza, à luz, ao calor, o Sol vem sendo tratado como um vilão nos últimos tempos nas manchetes de jornais, sites e blogs, diante do aumento do número e da intensidade das explosões solares, um fenômeno natural que se repete em ciclos de 11 anos, em média.
A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) prevê uma tempestade solar de forte intensidade para maio de 2013. Se a previsão for correta, o vento solar poderá prejudicar sistemas de telecomunicações, como TV e internet, e os de energia. O prejuízo seria 20 vezes maior que os causados pelo furacão Katrina, que atingiu os Estados Unidos (EUA) em 2005.
À caça constante de um motivo para o fim do mundo, os alarmistas de plantão usam meias-verdades científicas para comprovar suas teses, com o objetivo de turbinar seu número de leitores e de acessos.
O físico Marildo Pereira, mestre e doutor em astrofísica estelar pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e professor do Departamento de Física da Universidade Estadual de Feira de Santana, explica que o Sol é uma estrela bastante ativa e que a força gerada pelas explosões solares (ou ejeção de massa coronar), que geram feixes de partículas impulsionados a velocidades altíssimas, pode causar estragos significativos nas linhas de energia elétrica e de telecomunicações da Terra.
Mas, ressalva, antes é preciso que elas tenham sido lançadas na direção de nosso planeta e que o atinjam. O fato, esclarece, é que o Sol tem 1,3 milhão de vezes o volume da Terra e massa 332.900 vezes maior que a da Terra. "Isso significa dizer que, enquanto nós observamos o Sol como um grande disco no céu, se estivéssemos na superfície do Sol enxergaríamos a Terra como um grão de ervilha no espaço. E acertar um grão de ervilha não é tarefa muito fácil", pondera Marildo Pereira.
Campo magnético - Além deste fato, as explosões solares ocorrem em todas as regiões do Sol, e nossa estrela está em constante movimento de rotação, o que, estatisticamente, é favorável à proteção da vida em nosso planeta. Essas condições, porém, não impediram que os efeitos das explosões solares causassem problemas no planeta, lembra o físico.
Em 1989, metade do território do Canadá ficou sem energia elétrica e sem telefonia por satélite devido à entrada de partículas através dos polos.
Embora os habitantes da Terra sejam dependentes de energia elétrica e das comunicações via satélite, a situação seria ainda pior se o planeta não dispusesse de um confortável cobertor, o campo magnético.
O físico Gustavo Rojal, doutor em astrofísica pelo Instituto de Agronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo e representante do Observatório Europeu, explica que a interação do campo magnético da Terra com estas partículas varia durante o dia, principalmente nas regiões voltadas para o Sol.
Mais proteção - Nestas regiões, a camada fica comprimida e mais próxima da superfície, o que expõe equipamentos elétricos a danos. A boa notícia para os brasileiros é que as partículas penetram pela região dos polos, e países situados em sua área de influência são mais atingidos por esta interação, explica Rojal.
Assim, não existe a possibilidade de que uma explosão solar, por mais intensa que seja, atinja todo o planeta. Parte da América do Norte e a Europa correm mais riscos.
Para entender a estrutura destas explosões e obter um aviso prévio de quando os fluxos vão entrar em erupção, a Agência Espacial Americana (Nasa) iniciou na última década o programa Sonda Solar Terrestrial (STP). O programa oferece seis missões desenvolvidas em satélites, que traçam o fluxo de energia e matéria entre o Sol e a Terra.
Ciclo terá pico entre o fim de 2012 e maio de 2013
Os pesquisadores conhecem os dados do ciclo solar desde meados de 1800, e o atual é o de número 24. Os ciclos duram entre 9 e 14 anos, e em meio a estes acontecem os máximos e mínimos solares. O Máximo Solar dura poucos anos e é pontuado por episódios de atividade violenta, que duram poucos dias.
O Mínimo Solar pode se arrastar por muitos anos e está associado à redução do número de manchas solares na superfície da estrela.
O atual ciclo do Sol teve início entre o final de 2008 e início de 2009 e vem sendo considerado atípico porque nos dois primeiros anos o Sol bateu recordes, com a menor quantidade de manchas solares, vento solar fraco e baixa irradiação solar.
A baixa atividade solar tem um profundo efeito sobre a atmosfera terrestre, que, nestas condições, esfria e contrai. O vento solar fraco produz menos tempestades magnéticas ao redor dos polos da Terra e não empurra os raios cósmicos com tanta eficiência para fora da órbita terrestre.
Os efeitos dos raios cósmicos sobre os seres vivos ainda são desconhecidos. Mas as barreiras criadas pela atmosfera e pela magnetosfera (campo magnético da Terra) e os ventos solares impedem a ação direta destes raios.
Previsão - O 24º ciclo solar terá seu pico entre o fim de 2012 e maio de 2013, quando modelos de heliofísica, que estuda os fenômenos solares, anteveem uma grande explosão solar . A alta incidência de auroras boreais (na zona do Polo Norte) e austrais (na região do Polo Sul) indica, neste momento, aumento de partículas oriundas do Sol.
Entretanto, o físico Marivaldo Pereira ressalta que o Sol pouco se importa com os estudos feitos pelos homens. E, para muitos especialistas, o conselho é que para quem aposta na catástrofe deve marcar apenas com lápis, em seu calendário, a data de 2013.
Fonte:
http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1456894-tempestade-solar-pode-afetar-a-terra,-diz-nasa
Tempestade solar pode afetar a Terra em 2013
Onda emitida pelo Sol pode causar destruição em massa de equipamentos eletrônicos - e levar a um caos tecnológico
Tudo o que usa circuitos elétricos, de carros a computadores, queima no ato. Celulares e satélites pifam, os meios de transporte param, a rede de energia dá curto-circuito e logo começa a faltar água e comida. Esse cenário apocalíptico pode acontecer - e causado pelo Sol. Segundo cientistas da Nasa e de outras instituições, que recentemente se reuniram em Washington para debater a questão, em 2013 o astro vai entrar num ciclo de alta atividade, o que aumenta a probabilidade de erupções solares. Essas erupções liberam muita energia. E, quando essa energia chega à Terra, provoca uma tempestade eletromagnética - que literalmente frita tudo o que tiver um circuito elétrico dentro. Seria um verdadeiro Dia do Juízo Final para os equipamentos eletrônicos. Os cientistas não sabem exatamente quando essa tempestade virá, ou qual sua força. Mas dizem que há motivo para preocupação.
"O Sol está despertando de um sono profundo. E nossa sociedade é muito vulnerável a tempestades solares", diz o físico Richard Fisher, da Nasa. Elas já aconteceram antes. Em 1859, uma tempestade do tipo queimou as linhas de telégrafo na Europa e nos EUA. Hoje, o efeito seria muito pior. Um relatório assinado por cientistas de 17 universidades diz que a humanidade levaria até 10 anos para se recuperar de um grande evento do tipo. A solução é desligar tudo o que for elétrico antes da tempestade. Os EUA têm um satélite capaz de detectar a onda com um dia de antecedência - em tese, tempo suficiente para que as redes de energia do mundo sejam desconectadas.
Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/astronomia-nasa-pesquisa-cientifica-tempestade-solar-superinteressante-584813.shtml
Supertempestade solar pode afetar 130 milhões nos EUA, diz relatório
Chance de ocorrer em 2013 é de 7%, diz Academia Nacional de Ciências. Prejuízo após apagões poderia chegar a US$ 2 tri em um ano.
Uma gigantesca liberação de partículas geomagnéticas vindas do Sol poderia destruir mais de 300 dos 2.100 transformadores de alta voltagem que são a espinha dorsal da rede elétrica dos Estados Unidos, segundo a Academia Nacional de Ciências dos EUA.
O Sol está entrando em um período de atividade intensa, conhecido como "máximo solar", que deve atingir seu auge em 2013. Por isso, há um ímpeto por parte de um grupo de agências federais para buscar maneiras de preparar os EUA para uma grande tempestade solar nesse ano.
Especialistas dos EUA estimam em até 7% o risco de uma grande tempestade em 2013. Pode parecer pouco, mas os efeitos seriam tão amplos - semelhantes à colisão com um grande meteorito - que o fato tem atraído a atenção das autoridades.
Apagões isolados podem causar caos, como ocorreu em julho, na Índia, quando mais de 600 milhões de pessoas ficaram sem energia durante várias horas em dois dias consecutivos.
Já um blecaute de longa duração, como o que poderia acontecer no caso de uma enorme tempestade solar, teria efeitos mais profundos e custosos.
Imagem de satélite da Nasa mostra imagem de raio-X do Sol nesta sexta-feira (3) (Foto: AP)
Há discordâncias sobre o custo, mas especialistas do governo dos EUA e da iniciativa privada admitem que se trata de um problema complexo, que exige uma solução coordenada.
Um relatório da Academia Nacional de Ciências estimou que cerca de 365 transformadores de alta voltagem no território continental dos EUA poderiam sofrer falhas ou danos permanentes, que exigiriam a substituição do equipamento.
A troca poderia levar mais de um ano, e o custo dos danos no primeiro ano após a tempestade poderia chegar a US$ 2 trilhões, disse o relatório. As áreas mais vulneráveis ficam no terço leste dos EUA, do Meio-Oeste à costa atlântica, e no Noroeste do país.
A rede elétrica nacional foi construída ao longo de décadas para transportar a eletricidade ao preço mais baixo entre os locais de geração e consumo. Uma grande tempestade solar tem a capacidade de derrubar a rede, segundo o relatório dos cientistas.
De acordo com estimativas do relatório, mais de 130 milhões de pessoas nos EUA poderiam ser afetadas. Andres disse que no pior cenário a cifra de mortos poderia chegar a milhões.
Outros países também sentiriam o impacto se uma supertempestade solar atingisse seu sistema de energia, mas o dos EUA é tão amplo e interconectado que qualquer grande impacto teria resultados catastróficos no país.
Fonte:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/08/supertempestade-solar-pode-afetar-130-milhoes-nos-eua-diz-relatorio.html
Solange Christtine Ventura
http://www.curaeascensao.com.br
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