Lama Govinda: ‘A Divindade não pode ser conquistada por convicções, ideais e metas baseadas no raciocínio, imaginação, orações, sacrifícios, mas através da penetração consciente nas camadas da nossa mente que não podem ser alcançadas nem influenciadas por argumentos lógicos (raciocínio) nem pelo pensamento. Essa penetração só é possível pelo poder coercitivo da visão interior (meditação) cujas imagens primordiais ou arquétipos são os princípios formadores de nossa mente. Quando esse processo se acelera, o homem perde o sentimento de ser um ‘eu’ separado e, portanto, já não fica mais apegado aos problemas puramente pessoais. Percebe que seus medos, ansiedades, depressões e conflitos deixam de existir, e começa a vê-los com clareza e com a mesma indiferença com que vê as nuvens flutuando no céu.
Ramana: ‘A suposição de que o Vedor é diferente do Visto está na mente. Para os sábios, o Vedor é o Visto’. O que é visto é aquele mesmo que está vendo (é aquilo a que as religiões dão o nome de Deus; Deus é tudo).
Toda vez que desce um nível de consciência, a identidade se alarga para incluir aspectos do universo que antes supunha alheios. O novo nível ainda é um pseudo-sujeito, mas bem mais confortável e menos infestado de doenças. Mas, só no nível da Mente a ilusão da pseudo-subjetividade se desfaz totalmente e encontramos a Subjetividade Absoluta, Total, a que chamamos Deus.
‘Somos, apenas, máscaras de Deus; estamos todos num mega-drama cujo único ator é Deus. Nós somos, todos nós, os sentidos, as mãos, os pés, olhos e ouvidos da Divindade... ’
‘Segundo Paulo, Deus está em cima e embaixo, à direita e à esquerda, à frente e atrás, fora e dentro. Enfim, tudo é Deus, que opera em nós o pensar e o fazer, o imaginar e o raciocinar, o sentir, o escolher e o decidir... (Como assegura Paulo. ‘A escolha, a decisão, nunca é nossa’. É o que diz a mecânica quântica, também. Quando a Bíblia diz que ‘o Senhor é quem opera em nós o pensar e o fazer’, devemos concluir que não somos responsáveis, que não há pecado, pois nada escolhemos ou decidimos; nem os pensamentos que temos são nossos) Como assegura, também, o místico indiano Krishnamurti ‘Aquele que pensa que escolhe é imaturo’.
Todas as tradições afirmam que o dualismo primário é destruído de repente. I Coríntios 15-51-2: ‘Eis que vos digo um mistério; nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao soar da última trombeta... ’ (A destruição do dualismo primário eu/não eu, eu/mundo, observador e coisa observada, significa uma percepção do mundo dentro de uma interpretação correta, sem a influência do ego, fato que nos dá, instantaneamente, o percebimento daquilo a que as crenças dão o nome de Deus).
Ramana: ‘O não-apego total é o único caminho para a bem-aventurança’. (idêntico ao que muitos outros místicos asseguram, novamente indiferença; indiferença, pois não há o que fazer; tudo acontece como tem de acontecer, gostemos ou não, compreendamos ou não. Desapegue-se dos resultados, eventos, coisas, pois tudo é o que é).
Krishnamurti: (para uma vida tranqüila) “uma boa dose de humor e uma boa dose de indiferença”.
Eckhart: ‘Depois de procurar, afanosa e diligentemente, a mais alta virtude por cujo meio podemos chegar mais próximos de Deus, descubro que ela não é senão o total alheamento (esquecimento, o entregar-se totalmente, sem nada que ocupe a mente) de tudo o que é criado. Para ser não-tocado e puro precisa-se apenas de uma coisa: alheamento (novamente indiferença, desapego).
A mente da impermanência (isto é, a mente daquele que teve a experiência mística ou experiência de Deus e que sabe que nada é permanente) é a mente fluída, não-bloqueada, não-obstruída, sem apegos ou ilusões, sem sensações (Krishnamurti e o Zen). Quando a mente fica bloqueada significa que ela está sendo movida por algo externo, ilusões, sensações, pensamentos, emoções, crenças. Quando há o mais leve medo da morte ou o mais leve apego à vida, a mente perde a fluidez. A mente livre de todo medo e dos apegos será mestra de si mesma, não conhecerá impedimentos, nem inibições, nem estorvos; seguirá o próprio curso, e fluirá livremente, como a água. O principal bloqueio é o dualismo primário, que a meditação pode desfazer. Quando há o mais leve vestígio de diferenciação entre o certo e o errado, entre a o bem e mal, a mente está bloqueada, pois estará, ainda, poluída pela interferência do eu.
Quanto à dúvida se se deve caminhar pela fé ou pelas obras, a resposta do Zen é esta: ‘Não há nada que você possa ou não fazer para conseguir ser o que sempre é’ (nada escolhemos, como afirmam Krishnamurti e a ciência moderna. A própria Sagrada Escritura dos cristãos ensina, nas palavras de Paulo, que ‘não somos salvos pelas nossas obras, mas pela graça de Deus’, como também disse: ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o querer’; e como, também, Jesus falou a Pilatos: ‘nenhum poder teríeis se do alto não vos fosse dado’).
Para perceber isso, porém, a única maneira é fazer cessar o dualismo primário, o que se consegue com a suspensão do pensamento (pela meditação); depois disso, torna-se evidente que não restou nenhum pensador. Os conceitos ainda surgirão, como surgirão objetos mas, assim como os objetos já não parecerão lá fora, os conceitos já não serão objetos do pensamento. Os objetos existirão, mas então não terão um sujeito separado, como os conceitos surgirão, mas não mais terão um conceituador separado. Antes, acreditávamos que os objetos, conceitos, fenômenos, eram o universo; agora, perceberemos que são apenas movimentos do universo.
Isto é tudo o que há no misticismo: perceber sem julgamento ou análise o que está acontecendo no momento, fora e dentro de nós, atentos para nossos pensamentos involuntários (pois não são nossos) como se eles não fossem mais do que o barulho da chuva. E um momento dessa percepção é suficiente para mostrar que a vida que já estamos vivendo é a própria vida na Eternidade. A percepção mística do Agora não é, absolutamente, diferente daquilo que já estamos experimentando. Mas não compreendemos porque acreditamos que temos de ter contato com a Divindade, como se não fosse isso que estamos fazendo o tempo todo.
Este é o sentido íntimo do carma: ‘o que te acontece é obra tua; você colhe o que plantou’ (pois você é o universo!). Aqui deixam de haver problemas; não que sejam resolvidos por Deus ou por nós. O próprio problema não se apresenta, pois se compreende que as coisas são o que são (‘do perfeito tirando o perfeito o que resta é perfeito’; ou, o que resta é o que é; não há nada que fazer; tudo é um fluir imprevisível e sem fim). Não há mais perguntas a serem feitas. Tudo é.
Deste modo, aquilo em nós que, neste momento, vê esta página e o ambiente em torno dela, é a Divindade, a Mente, Brahman, Deus e, por isso, não pode ser visto nem conhecido como objeto, nem encontrado quando o procuramos. O que quer que eu veja, pense, perceba, sinta ou saiba acerca de meu ‘eu’, é um emaranhado de objetos percebidos, o ego. O visto é o ego; o que está realizando o ato de ver é o Eu, a Mente, Deus. Nós nos identificamos, erradamente, com o que pode ser visto ou percebido, o ego, e, portanto, já não nos identificamos com toda a manifestação fenomênica, pois estamos ilusoriamente separados de tudo o que parece ser o ‘não-eu’. Separados, assim, do meio-ambiente, este passa a ser uma ameaça.
O que acontece é o seguinte: o Vedor, Aquilo em nós que conhece e vê, na realidade não está separado daquilo que ele vê; é o que vê, pois o Vedor vê uma coisa sendo aquela coisa. Como disse Tomás de Aquino: ‘O conhecimento só acontece quando o objeto conhecido está dentro do conhecedor. ’ Esta página e o ambiente em torno dela, por exemplo, é idêntica àquela dentro de nós que a está lendo (Procure perceber isso!).
E de Huang Po, o mestre de Rinzai: ‘Não existe nada a ser atingido. Sempre te identificaste com o Buddha (ou Cristo, ou Deus); portanto, nunca poderás atingir essa identificação por meio de quaisquer práticas. Se, neste momento, pudesses convencer-te disso, estarias iluminado. É difícil compreender esta afirmação? É para te ensinar a não buscares o estado de Buddha, pois toda busca se destina ao fracasso. ’ (já que o somos, a tentativa de buscá-lo é absurda. Temos apenas de buscar a percepção da verdade, dessa verdade. Disse Jesus: ‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus...’, e ‘Conhecereis a verdade e verdade vos libertará’).
Rinzai, o rei dos mestres Zen: ‘Estás colocando outra cabeça acima da tua! O que te falta para seres um Buda? O que fazes neste exato momento é exatamente o que um Buda faz. Mas não acreditas nisso e teimas em buscá-lo fora de ti. ’ (Santo Agostinho, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Jesus, Paulo e muitos outros e, hoje, a ciência mais avançada do planeta, afirmam a mesma coisa: ‘Deus está dentro de nós’).
Ramana: ‘Não há alcançar o Eu. Se o Eu devesse ser alcançado, significaria que o Eu não está aqui agora. Por isso digo que não se alcança o Eu. Você é o Eu; você já é Aquilo. ’
Eckhart, místico cristão: ‘Conforme a crença dos simples, sentimos Deus como se Ele estivesse ‘lá’ e nós ‘aqui’. Não é assim; Deus e eu somos um só, verdade que se compreende no ato de percebê-lo’.
Chuva nevoenta sobre o Monte Lu,
E ondas encapeladas no rio Che.
Se você ainda não esteve lá,
Muitos pesares, por certo, terá;
Mas, uma vez lá e no rumo de casa,
Como parecem prosaicas todas as coisas!
Chuva nevoenta sobre o Monte Lu,
E ondas encapeladas no rio Che.
(Su Tung-Po)
(Se você ainda não teve o percebimento, a iluminação, os sofrimentos da vida continuarão como para todos que ainda não chegaram lá; mas, se teve o percebimento, não por efeitos de drogas ou outra razão, mas no ‘rumo de casa’, isto é, na intenção de conhecer a verdade, Deus, como tudo, a partir daí, perde sua importância se comparado a estar ‘lá’. E, depois de iluminado, a mesma chuva, as mesmas ondas, todos os eventos serão os mesmos de sempre, porque o mundo não mudou, mas, para quem chegou ‘lá’, o significado e a interpretação do mundo e da vida se transformaram radicalmente).
Toda vez que se desce um nível de consciência, a identidade se alarga para incluir aspectos do universo que antes supunha alheios a si mesmo e, por isso, ameaçadores. O novo nível ainda é um pseudo-sujeito, mas bem mais confortável e menos infestado de doenças. Mas, só no nível da Mente, o Nível do Absoluto, a ilusão da pseudo-subjetividade se desfaz totalmente e encontramos a Subjetividade Absoluta, Total, a que chamamos Deus.
Ramana: ‘A suposição de que o Vedor é diferente do Visto está na mente. Para os sábios, o Vedor é o Visto’. O que é visto é aquele mesmo que está vendo.
Quando o processo de busca se acelera, o homem perde o sentimento de ser um eu separado e, portanto, já não fica mais apegado aos problemas puramente pessoais. Percebe que seus medos, ansiedades, depressões e conflitos deixam de existir, e começa a vê-los com clareza e com a mesma indiferença com que vê as nuvens flutuando no céu.
Huang Po: ‘Quando, finalmente, num único lampejo, atingires a perfeita compreensão, estarás apenas compreendendo a natureza de Buddha que esteve em ti durante o tempo todo; e, em todas as fases precedentes não lhe terás acrescentado absolutamente nada’. (Tudo é, apenas, uma questão de percebimento).
Os experimentos habilidosos de qualquer tradição, para se buscar a ‘iluminação’, têm em comum três fatores:
1) Atenção Total ao nascimento dos pensamentos que, se feita corretamente, resulta em:
2) Cessação dos pensamentos, da tagarelice mental, o que traz completo Silêncio mental. Isso é permanecer na pureza do que é, sem contaminação dos dualismos, livre da influência do conteúdo mental ou das interpretações equivocadas do ‘eu’; nesse estado a coisa pode explodir a qualquer instante. Se a cessação for perfeita, resulta em:
3) Percepção Passiva, que é ver nada de objetivo, sem o dualismo primário de sujeito e objeto, visão sem nada exterior ou interior. Nada está fora dela e ela opera espontaneamente, sem esforço, sem referência a passado ou futuro, além do espaço e do tempo, no Agora intemporal e absoluto, não vendo nada além de si mesma, porque nada existe além de si mesma (nada existe além da mente total, do Todo, do Absoluto, da Divindade); é conhecer tudo sem separação de coisa nenhuma. E, um instante dessa percepção, é o próprio Deus.
Para Benoit como para Krishnamurti, o problema, é a desatenção. Quando estamos totalmente atentos, como na atitude do ‘Falem, meus pensamentos, que eu estou escutando’, não surgem imagens mentais, não há pensamentos. ‘No momento da atenção, a construção de imagens cessa; só quando você não está atento começa a coisa toda. No momento em que a imagem (pensamento) vai surgir, dê completa atenção a esse momento e verá que nenhuma imagem surge; e, não havendo imagem, não há divisão, não há espaço entre o observador e a coisa observada. E naquele momento, se persistir nesse estado (no Bodimandala), a qualquer instante a coisa pode ocorrer e... acabou-se’.
Suzuki: ‘Voltem a atenção para dentro toda vez que pensamentos estiverem para nascer em sua mente. Desse modo, os pensamentos que estão nascendo morrem e a mente morre por si mesma; isso (o resultado disso) é o inconsciente (o Absoluto, Deus)’.
Aquilo que você procura e não pode encontrar é VOCÊ mesmo. O motivo porque a Mente não pode ser encontrada é porque é Ela que está realizando o ato de procurar. Quando isso é profundamente compreendido, atinge-se o fim da busca, e nada mais há a ser buscado (‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, que o demais vos virá por acréscimo’). Quando isso acontece, nossa identidade se une com tudo o que é experimentado. Não há mais um experimentador separado de objetos experimentados separados; há somente experimentação não-dual. Então, quando olhamos para dentro (de nós mesmos) à procura do eu-Percebedor encontramos o universo inteiro (como disse Jacob Boeme), que não é mais um objeto ameaçador lá fora, e percebemos que Ele é quem está procurando. Assim, se os pensamentos cessam, e se você perseverar nisso, a qualquer momento, sem causa ou razão aparente, pode acontecer e a busca se acabou (Como na parábola do ladrão que pode chegar a qualquer hora).
Este é o sentido íntimo do carma: ‘o que nos acontece é obra nossa; nós colhemos o que plantamos’ (pois agora compreendemos que nós somos o próprio universo). Mas quando chegamos à Realidade Última, deixam de haver problemas; não que sejam resolvidos por Deus ou por nós. O próprio problema não se apresenta, pois, agora sabemos que as coisas são o que são (‘do perfeito tirando o perfeito o que resta é perfeito’; ou, o que resta é o que é; não há nada que fazer; tudo é um fluir imprevisível e sem fim). Não há mais perguntas a serem feitas, porque não há mais respostas procuradas. Tudo é.
Eckhart: ‘(depois muito procurar, afanosa e diligentemente, a mais alta virtude por cujo meio podemos chegar mais próximos de Deus) descubro que ela não é senão o total alheamento (esquecimento) de tudo o que é criado (o que pode ser conseguido pela meditação). Para ser não-tocado e puro precisa-se apenas de uma coisa: alheamento’ (indiferença).
Ramana: ‘O não-apego total é o único caminho para a bem-aventurança. ’ (novamente, indiferença; indiferença, pois não há o que fazer; tudo acontece como tem de acontecer, gostemos ou não; compreendamos ou não).
Somos apenas, máscaras de Deus; estamos todos num mega-drama cujo único ator é Deus. Nós somos, todos nós, os sentidos, as mãos, os pés, olhos e ouvidos da Divindade... ’ (O universo percebe o universo através de nossos sentidos objetivos, isto é, somos os olhos e ouvidos de Deus; como ensinou Krishnamurti: ‘A Mente é vazia e, por isso, o cérebro existe no espaço e no tempo’).
‘Deus está em cima e embaixo, à direita e à esquerda, à frente e atrás, fora e dentro. Enfim, tudo é Deus, que opera em nós o pensar e o fazer, o imaginar e o raciocinar, o sentir, o escolher e o decidir... ’ (como assegura Paulo. ‘A escolha, a decisão, nunca é nossa’. É o que diz a mecânica quântica, também. Quando Paulo diz que ‘o Senhor é quem opera em nós o pensar e o fazer’, devemos concluir que não somos responsáveis, que não há pecado, que nada escolhemos ou decidimos).
Nos últimos anos comprovou-se, com as descobertas da ciência quântica, que as suposições ocidentais, sobre quem e o que somos e do que podemos vir a ser, estavam erradas. Não conhecíamos o extraordinário potencial para o bem-estar e para o crescimento psicológico extremo que o ser humano possui. Como grande parte desses novos dados não é aceita pela psicologia ocidental, surgiu a psicologia ‘transpessoal’ para pesquisar tais capacidades humanas, apoiando-se, particularmente, na física quântica e na sabedoria das tradições místicas orientais. Seus interesses incluem pesquisas sobre estados transpessoais de consciência, consciência cósmica, bem-aventurança, êxtase, experiência mística, caminhos espirituais, compaixão, percepção e práticas de meditação. É transpessoal porque leva a experiências que estão além da identidade e da personalidade do ego. Esse potencial pode ser alcançado pela meditação e, muitíssimo raramente, por maneira espontânea.
A psicoterapia e a psicologia do Ocidente só eram dirigidas à cura de doenças da psique; nunca à saúde ou ao crescimento do ser pela ampliação da consciência. Como, no Ocidente, não era aceita a existência de estados alterados de consciência, que muitas vezes trazem expansão da consciência para além das fronteiras do ego e do espaço-tempo, esses estados, comuns na tradição oriental, eram diagnosticados (pelos cientistas ocidentais) como regressões patológicas e mesmo psicoses.
No entanto, com as impressionantes conclusões advindas da física quântica, muitos cientistas ocidentais compreenderam a importância de certas psicologias orientais; que elas oferecem técnicas que levam a estados superiores de consciência, e que a capacidade para se chegar a esses estados, e às profundas intuições acerca do ‘eu’ e seu relacionamento com o universo, é natural a todos nós.
Sendo atingir esses estados a própria finalidade das disciplinas orientais de consciência, muitos dos que riam dessas idéias, ou as julgavam patologias, começaram a praticar meditação e a estudar textos antes considerados só para místicos, filósofos ou religiosos. Falar de estados superiores de consciência, unidade mística, expansão da identidade, consciência cósmica era absurdo. A reação de muitos foi de espanto e crítica, o que mostra a dificuldade de descrever os estados alterados de consciência para quem ainda não os experimentou (Paulo: ‘vi e ouvi coisas inefáveis’). A comunicação entre estados diferentes de consciência é limitada por numerosos fatores.
Oppenheimer, físico: ‘As noções trazidas pela nova física não são novas, nem desconhecidas. Até em nossa cultura, elas têm uma história e, no budismo e hinduísmo, um lugar central. O que estamos assistindo é uma redescoberta e um aprimoramento da sabedoria dos místicos’.
Bohr, físico: ‘Para termos um paralelo da visão da física quântica basta nos lembrarmos das visões de Buda e Lao Tse’ (do misticismo oriental).
Enquanto, no Ocidente, a psicologia nem mesmo havia iniciado a investigação do bem-estar extremo psicológico, ou dos estados superiores de consciência, no Oriente já eram encontradas concepções radicalmente diferentes relativas à natureza e ao potencial psicológico do ser humano. Reconhecidas nossas limitações culturais, abriu-se caminho para uma visão mais ampla da nossa psicologia, com a criação de novos modelos capazes de acomodar as concepções ocidentais e orientais (pela física quântica se comprovou que as visões obtidas na meditação dos místicos estavam corretas).
Freud afirmou que o sofrimento é inevitável e que a alternativa é derrotá-lo, porém, o psicólogo budista oferece uma alternativa: alterar os processos da consciência ordinária e alcançar o ‘estado de Buda’ que acaba com todos os sofrimentos, sejam quais forem. Esse estado é atingido principalmente pela meditação e, uma vez alcançado, extingue os demais estados (ansiedade, depressão, orgulho, egoísmo, ciúme, inveja, violência, medo, ignorância etc) que geram todos os sofrimentos. O estado de Buda possui uma coerência de ordem mais elevada do que as integrações sugeridas por qualquer ramo da psicologia ocidental. A psicologia oriental ensina e, hoje, os ocidentais estão compreendendo (em face das implicações das descobertas da nova física) que, pela meditação, esse estado pode ser atingido por todas as pessoas.
A psicologia oriental faz afirmações que contrariam completamente as pressuposições ocidentais relativas à consciência. A atual ciência, contudo, concorda plenamente com essas firmações:
1)nosso estado ordinário (comum) de consciência está muito abaixo do nível considerado ótimo;
2) existem muitos estados de consciência, incluindo verdadeiros estados ‘superiores’;
3) esses estados podem ser alcançados por treinamento (meditação);
4) a comunicação entre tais estados, necessariamente, é muito limitada.
Tart, cientista: ‘Estudamos, no Ocidente, aspectos do sansara (maya, ilusão) com muito mais detalhes do que as próprias tradições orientais que criaram esse conceito. No entanto, quase nenhum psicólogo ocidental aplica o que estudou a si mesmo. Eles supõem que seus estados de consciência são lógicos, claros e sadios e não ilusão. A psicologia ocidental precisa reconhecer que nosso estado ‘normal’ de consciência é um estado psicótico, estado de sansara (de ilusão, de sonho)’. Os estados superiores de consciência, que trazem liberdade total, iluminação, superação do sofrimento e de todos os problemas da vida, nem chegam a ser considerados pela psicologia ocidental, que só se aplica a tentar a cura de patologias do nível do ego e existenciais. No entanto, os estados superiores são dotados de todas as capacidades do estado comum e apresentam outras adicionais superiores às do estado comum. Podem vir acompanhados de percepções, intuições e afetos não usuais na experiência cotidiana, alguns fundamentais para o desenvolvimento de uma verdadeira sabedoria superior.
Enquanto as experiências de nirvana, iluminação, samadhi, satori, consciência cósmica, reino de Deus, consciência de Cristo ou de Buda trazem um sentido de unidade e harmonia com todo o universo, os psiquiatras e psicólogos ocidentais as interpretam como patologia, fuga ou regressão a um estágio infantil primitivo (ao útero, ou ao seio materno). Faz pouco sentido para o cientista da saúde ocidental a afirmação de que nosso estado comum de consciência é limitado, carregado de fantasia, obscuro e ilusório, porque eles não experimentaram estados elevados, embora a comprovação individual seja relativamente fácil. Em poucos dias de investigação intensa (quando se tenta a meditação), pode-se verificar a natureza irracional, obscura e incontrolável da mente não treinada, e os investigadores se espantarão de não o terem percebido antes. No entanto, inúmeras pesquisas em psicologia, medicina e física, comprovaram essa realidade.
Todo bem ou mal psicológico, em geral, origina-se de uma maior ou menor percepção da Divindade. E, sendo psique e soma uma unidade, todo mal ou bem fisiológico tem a mesma explicação.
H. Smith: ‘Schuon traça a linha entre o esotérico e o exotérico. A diferença fundamental não está entre as religiões; a diferença não é uma linha que divide verticalmente hindus de muçulmanos, de budistas, de cristãos, judeus etc. A linha divisória é horizontal e ocorre apenas uma vez, cortando de um lado a outro todas as religiões históricas. Acima, está o esoterismo (superficial, de muitos adeptos, de vários deuses, popular, recheado de crenças, com divisões indicadas pelas diferentes denominações); abaixo, o esoterismo (profundo, de poucos, de um só deus, a essência, sem nenhuma divisão, no qual todas as experiências são, em qualquer época e em qualquer lugar, idênticas). ’ Essa linha é o dualismo primário, a divisão entre o eu e o não-eu. Exotéricas são as religiões históricas, dualistas, populares onde o modo de conhecer é simbólico, dual. Esotéricas são as religiões (escolas tradicionais de experimentação) monísticas, onde o modo de conhecer é não-dual.
Laing: ‘As crianças não são tolas, mas nós as transformamos em imbecis como nós mesmos. Desde o nascimento, quando se vê diante da mãe moderna, é sujeita às forças da violência, chamadas amor, como foram, antes dela, seus pais, os pais de seus pais etc. Essas forças se concentram principalmente em destruir a maior parte de suas potencialidades e, de modo geral, essa intenção é bem sucedida. Na época em que atinge seus quinze anos, vemo-nos ao lado de um ser como nós mesmos, uma criatura meio enlouquecida, mais ou menos ajustada a um mundo louco. Em nossa era atual isso é normalidade. A condição de alienação, de estar adormecido, inconsciente, fora de si, é a condição do homem normal. A sociedade dá grande valor ao seu homem normal. Educa as crianças para que se tornem absurdas e, assim, se normalizem. Os homens normais já mataram talvez cem milhões de semelhantes normais nos últimos cinqüenta anos.
Watts: ‘A sociedade, tal como é, prepara armadilhas para todas as crianças desde a mais tenra idade. Inicialmente, ensina-se à criança que ela é um agente livre, um ser independente nos pensamentos e nas ações. Ela ‘aceita’ esse ‘faz de conta’ porque não tem como deixar de pertencer à sociedade em que nasceu e porque não tem meios de resistir a essa doutrinação social, continuamente reforçada por prêmios e castigos, e construída sobre a estrutura básica da linguagem que a criança está aprendendo. A doutrinação é o tempo todo incutida com observações como: ‘Uma criança como você não pode fazer uma coisa dessas!’ Ou, ‘Não imite os outros; seja você mesma!’ A vítima inocente dessa doutrinação não compreende a contradição. Dizem-lhe que precisa ser livre, e uma pressão irresistível é feita sobre ela para fazê-la acreditar que não existe pressão. A sociedade da qual ela faz parte e da qual necessariamente é um membro dependente, define-a sempre como um membro independente.
Em segundo lugar, ela recebe ordens, como agente livre que lhe dizem que é, para fazer coisas que só serão aceitáveis se forem feitas voluntariamente! ‘Você precisa amar papai e mamãe!’, dizem os pais e irmãos. ‘Todas as crianças boazinhas amam sua família e fazem coisas por ela sem que seja preciso lhes pedir!’ Em outras palavras: ‘Exigimos que você nos ame porque quer amar-nos, e não porque nós exigimos que deve fazê-lo’. A sociedade joga, portanto, um jogo com regras auto-contraditórias. Como resultado, as crianças estão quase sempre confusas. ’
Mas as contradições não terminam aí. Está nos próprios fundamentos das instituições sociais, impondo-se também aos adultos.
Afirma Watts: ‘Assim, é difícil evitar a conclusão de que estamos admitindo uma definição insana da sanidade. ’
E Nietzsche: ‘A insanidade em grupos e partidos, nações e épocas é a regra. Em suma, a sociedade que conhecemos está louca’.
’Wilber afirma que é possível integrar, de modo completo e abrangente, a maioria das escolas de psicoterapia ocidentais com os enfoques orientais da consciência, pois cada uma das principais, embora diferentes escolas, se dirige a um nível do espectro da consciência. A razão da existência de tantas escolas diferentes é que elas não têm em mira, como erradamente se supõe, o mesmo nível de consciência. Cada uma aborda um nível distinto, e suas conclusões, portanto não são contraditórias como parecem, mas complementares.
Ao despertar, percebemos que a própria vida é um grande sonho. Enquanto o despertar não vem, os ignorantes se acreditam despertos e, supondo que compreendem tudo, fazem discriminações sutis, diferenciando príncipes de escravos. E, se alguém realmente desperta, é considerado louco. ‘As tentativas de despertar são freqüentemente castigadas, particularmente pelos que mais nos amam, porque eles, abençoados sejam, estão adormecidos e pensam que quem desperta e compreende que o que consideramos real não passa de um sonho, está ficando louco’ (Paulo, epístolas: ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens’).
Acerca da concepção de que o observador (o sujeito) é a coisa observada (o objeto), o psicólogo e maior filósofo da América, William James, explica essa visão com precisão: ‘Consideremos a sensação direta que nos dão as paredes desta sala. Podemos afirmar que o psíquico (percepção das paredes) e o físico (as próprias paredes) são totalmente diferentes? Pelo contrário, são tão pouco diferentes que, se pusermos de lado todas as invenções explanatórias (do homem), se tomarmos a realidade como ela se nos apresenta, sem intermediários (sem a interferência do ego, com suas memórias, imaginações, associações, interpretações), a realidade sensível (percebida) e a percepção que temos dela são absolutamente iguais uma à outra no ‘momento’ em que ocorre a percepção. A Realidade é a própria percepção. O conteúdo físico é exatamente idêntico ao conteúdo psíquico. O sujeito e o objeto se confundem’ (Krishnamurti: o observador é a coisa observada).
Brown: ‘O inconsciente é aquele mar imortal que nos trouxe aqui, sinais do qual nos são dados em momentos de ‘sentimento oceânico’; mar de energia ou de instinto, que abarca todo o gênero humano, sem distinção de raça, língua ou cultura; que abrange todas as gerações passadas, presentes e futuras, num só corpo místico. O inconsciente é a verdadeira realidade psíquica, o Espírito Santo’. Assim, se realizarmos o Inconsciente, nos uniremos ao Espírito, seremos a Divindade conscientemente pois, inconscientemente, já a somos.
Emerson: ‘Mas o homem adia ou recorda; não vive no presente mas, com olhos voltados para o tempo, lamenta o passado ou, sem dar atenção às riquezas que o cercam no presente, tenta prever um futuro melhor. Não pode ser feliz enquanto não viver, com a natureza, no presente, acima do tempo’. ‘E aí precisamente está o problema, pois viver no Presente, acima do tempo, é não ter futuro, e não ter futuro é ter a morte, coisa que o homem não quer. Não aceitando a morte, não vive no Agora; e não vivendo no Agora, não vive de maneira nenhuma’, pois a vida é somente no Agora, no Eterno Agora.
Schroedinger: ‘Aventuro-me a chamar a Mente de indestrutível, pois ela tem uma escala peculiar, isto é, a Mente é sempre Agora. O presente é a única coisa que não tem fim. Afirmo que a moderna física sugere, de maneira vigorosa, a indestrutibilidade da Mente pelo tempo’.
Zen: ‘A realidade final reside bem no centro da existência diária’.
Ramana: ‘A ideia de que o observador é diferente do observado está na mente. Para aqueles que estão na Subjetividade Absoluta, o observador é o observado’. Em suma, a Subjetividade Absoluta se acha em comunhão (pois é o próprio) com seu universo de conhecimento, de modo que nós somos aquilo que observamos (Krishnamurti: ‘observador é a coisa observada’).
Rollo May: ‘Deus não é um ser ao lado de outros seres. Dizer que ele é um ser acima ou abaixo dos outros faz dele um ser separado dos outros seres, um ser maior que colocamos no universo. Se ele é uma coisa, outras coisas no universo hão de estar fora de seu controle, e ele estará sujeito à estrutura (do cosmo) como um todo. Abre-se, assim, um vespeiro de problemas absurdos. ’
Aquilo em nós que vê, ouve, tem e exercita a vontade e o fazer e o querer, é Deus em nós. E a Bíblia afirma: ‘O Senhor é quem opera em nós o pensar, o querer e o fazer’, ou melhor, aquilo em nós que está realizando o ato de ler esta página é a própria Divindade; somos os olhos com que Deus vê o universo.
Há uma Realidade que existe por si mesma; é a base e a testemunha dos estados de consciência do ego e do corpo. É a testemunha na vigília, no sonho e no sono sem sonhos. Percebe a presença e a ausência da mente e de suas funções. Em razão de sua presença, o corpo, os sentidos, a mente, o intelecto executam suas respectivas funções, obedecendo-lhe o comando. Sua natureza é Mente Eterna. Esse é o verdadeiro Eu, o Ser Supremo. Aquele que o percebe nunca deixa de sentir alegria infinita’. (Pascal: ‘Alegria, alegria, lágrimas de alegria! ’)
A Subjetividade Absoluta está unida a seus objetos de percepção. Mas nós, erradamente, confundimos nosso eu com o Sujeito real, por nos acreditarmos separados dos objetos externos devido ao modo dualístico de conhecer. Esse é o resultado psicológico de todos os dualismos e essa é a raiz de todas as ilusões, males e sofrimentos nossos e do mundo.
A Mente que os Buddhas percebem em sua iluminação é a mente de todos os seres sencientes. Essa mente, como o espaço, é oniabrangente. Não começa a existir com a criação de nosso corpo, nem termina com sua morte. Conquanto invisível, espalha-se pelo corpo, e cada ato ‘nosso’ de ver, ouvir, cheirar, falar, respirar, pensar ou mover as mãos e as pernas é simplesmente atividade dessa Mente’ (Como disse Paulo, ‘É o Senhor que opera em nos o pensar e o fazer’).
Ramana: ‘O Eu, a Mente, a pura Consciência, tem conhecimento de tudo, é o Vedor Final. Tudo o mais: ego, mente, corpo etc. são simplesmente seus objetos; cada um deles é um objeto exteriorizado e não pode ser o verdadeiro Vedor. O Eu não pode ser objetivado, nem ser conhecido por qualquer outra coisa, e já que o Eu é o Vedor que vê tudo o mais, a relação sujeito-objeto, a aparente subjetividade do eu, só existe no plano da relatividade, no espaço-tempo, e se desvanece no atemporal, no Absoluto. Não há outro senão o Eu’ (nada mais além de Deus).
Berdyaev: ‘Nos (nossos) mais profundos abismos, vem-nos a revelação de que a nossa experiência está contida nas profundezas da própria vida Divina. Mas aí reina silêncio, pois nenhuma linguagem ou conceito humano pode expressar essa experiência (Paulo: ‘Vi e ouvi coisas indizíveis’). Esse é o reino da espiritualidade livre e pura. Deste lado existe o dualismo, o conflito, a tragédia, o diálogo entre o homem e Deus, o mundo da diversidade, mas somente se pode alcançar o Divino do outro lado, penetrando nas profundezas da nossa personalidade’ (nas profundezas do eu, o que se consegue pela meditação; Jesus: ‘O reino de Deus está dentro de vós’; Paulo: ‘Vós sois o templo do Altíssimo’, ‘Deus habita em vossos corações’. Também Teresa de Ávila, Agostinho, João da Cruz e outros afirmaram a mesma coisa).
E esse nível (da Mente pura, Deus) não está longe de nós, nem é difícil de descobrir. Está bem próximo e sempre presente, pois a Mente, nem mais nem menos, é aquilo que, neste momento, está lendo estas linhas. O ‘eu’ é uma ilusão causada pelas sensações produzidas pela visão, audição, tato etc. com as quais nossos sentidos objetivos percebem o mundo. Inexistindo sensações, não há o ‘eu’ e ‘o universo percebe o universo’ (Krishnamurti: ‘quando o eu cessa, Deus é’; e o Velho Testamento: ‘Aquieta-te e sabe: Eu sou Deus’. Tudo isto significa: meditação).
Whitehead, filósofo da ciência moderna: ‘A unidade de todas as coisas envolve alguma doutrina de mútua interdependência... significa que cada fenômeno concorre para a existência de todos os outros fenômenos... nós estamos no mundo e o mundo está em nós’. (Jesus: ‘Eu estou no Pai e o Pai está em mim’.).
Bérgson conhecia essa falsa realidade das coisas pois dizia, ‘o pensamento cria coisas cortando a realidade em pequenas fatias que ele capta com facilidade’. O pensamento não descreve coisas; deforma a realidade para criar coisas e, ao fazê-lo, permite que escape aquilo que é a própria essência do real. Assim, na medida em que imaginamos um mundo de coisas distintas e separadas, estamos interpretando erradamente aquilo que percebemos, e povoamos nosso universo de interpretações equivocadas (interpretamos o que vemos e acreditamos que foi aquilo que percebemos). E essa é a razão de toda a ignorância e de todo o sofrimento do homem e do mundo.
T.R.Murti, budismo: ‘O real (a Verdade ou aquilo que denominamos Deus) está obscurecido pelo véu de nossas emoções, associações, ilusões e concepções’... ‘O método (do budismo) Madhyamika consiste em livrar nossa mente de todos os conceitos, pensamentos e idéias’ (a meditação produz essa libertação). ‘Nossa percepção da Realidade é sempre deformada por nossa compreensão e interpretação’ (mesmo que esse processo permaneça inconsciente para nós).
Conforme as diferentes culturas, a Verdade recebeu muitos nomes: o Absoluto, o Caminho, Tao, Vazio, Espírito Santo, Divindade, Deus, Alá; consciência crística, Cristo, Buda, samadi, satori, nirvana, reino dos céus; ‘é que chamam muitos a quem é realmente um’ (O sufismo diz que a divindade tem mais de mil nomes, pois são apenas símbolos, rótulos e nenhum a representa adequadamente).
Fonte: Postado por Luis Conforti Junior
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Solange Christtine Ventura
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