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MEDICINA INTEGRAL
G. R. Brem

Quem cura tem razão. Empírico, durante milhares de anos prevaleceu este princípio simples e dele se desenvolveu a medicina baseada na experiência. Não era importante para o doente se a terapia podia ser "explicada". Para ele, era importante ser curado sem efeitos colaterais. Para a medicina acadêmica, não é mais decisivo se a terapia ajuda ou não o paciente. Em primeiro lugar, agora é preciso explicar, se possível, o efeito da terapia. Dessa maneira absurda, "científica", um tesouro imenso de terapias utilizadas durante milênios quase se perdeu.

A medicina acadêmica esqueceu o princípio da integralidade

Devido à sua especialização, a medicina acadêmica concentrou-se, mais e mais, em sintomas e esqueceu que o homem é uma unidade de corpo, mente e alma. Para ela, a doença é uma disfunção local limitada. Portanto, trata esta manifestação local da doença, isto é, o sintoma. O objetivo é fazer o sintoma desaparecer. Para descrever a diferença entre a medicina acadêmica e a medicina natural podemos tomar como exemplo um resfriado.

Para a medicina acadêmica, o resfriado é uma infecção local da mucosa nasal. Esta infecção é provocada por um vírus. Conseqüência lógica: utilização de medicamentos que inibem a infecção e diminuem o inchaço, suprimindo com relativa rapidez os sintomas. Contra os vírus não existem medicamentos eficazes - somente uma boa defesa imunológica. Sem esta defesa, muitas vezes aparecem outras complicações.

A medicina natural vai mais a fundo

Ela não fica só diagnosticando um catarro. Ela indaga porque o doente não conseguiu combater o vírus. Procura a causa na fraqueza da defesa imunológica. O médico começa com uma indagação rigorosa a respeito de relações mais profundas. Ele procura eliminar estas conexões, a fim de impedir complicações e uma ampliação do quadro clínico, com novos sintomas.

O tratamento local produz apenas a diminuição de sintomas. É o caminho mais rápido e, para o paciente, muitas vezes o mais cômodo. Entretanto, a médio e a longo prazo, é um caminho perigoso. A supressão dos sintomas geralmente enfraquece mais ainda a defesa imunológica. Doenças iatrogênicas (provocadas pela intervenção médica e farmacêutica) não podem ser descartadas. Calcula-se que, de cada 10 leitos hospitalares, 4 são ocupados por doentes portadores de doença iatrogênica.

Nihil nocere - em primeiro lugar não prejudicar

No caso de sintomas agudos, em que existe perigo de morte, é claro que precisamos aceitar os riscos para proporcionar uma ajuda rápida ao doente. Porém, quando não se trata de um caso de emergência, não existe desculpa para receitar medicamentos com graves efeitos colaterais conhecidos apenas porque - segundo princípios errados - a medicina natural é ignorada mesmo quando seria a terapia de escolha.

Valorizar o "médico interior"

A defesa imunológica e as forças internas de cura podem ser chamadas de "médico interior". A ele cabe um papel muito importante na manutenção da saúde e na cura real da doença. Durante muito tempo, a medicina acadêmica desprezou arrogantemente essa força vital. A medicina acadêmica acreditava que as doenças só podiam ser curadas pelo médico e suas terapias. A prática mostrou que isso está errado. A medicina acadêmica recomeçou, finalmente, a preocupar-se com a defesa imunológica e com a imunidade. Mas é preciso constatar que ela entende pouquíssimo do mecanismo da autocura. Durante tempo excessivo, preocupou-se pouco ou nada com o "médico interior".

Medicina integral - a medicina do futuro

Os alopatas bitolados e os fanáticos da medicina natural - que consideram corretas apenas sua própria prática - precisam, finalmente, perceber que estão na barca errada. Medicina acadêmica e medicina natural não precisam se excluir mutuamente, mas podem, muito bem, se complementar. Em muitos casos, é a combinação das duas orientações que traz o melhor efeito.

Está na hora dos dois grupos se encontrarem para descobrir a melhor maneira de ajudar os doentes que sofrem. Precisamos de um trabalho conjunto e isto requer compreensão e reconhecimento mútuos.

Tudo o que ajuda o paciente - e já mostrou o seu valor na prática - precisa ser integrado à medicina. Isto é a medicina integral, usada com sucesso em centros de cura da Europa. O que, antigamente, era visto com ceticismo ou até descartado, hoje encontra aceitação cada vez maior. Não apenas médicos naturalistas, mas também alopatas com visão mais ampla começaram o trabalho em conjunto a serviço dos doentes. Já é visível uma nítida opção pela medicina integral, que abrange conceitos como medicina energética, medicina biológica e medicina holística.
Comparação entre métodos
alternativos holísticos e os

métodos da medicina convencional
Medicina integral Medicina convencional
O sintoma é visto como um sinal de falta de equilíbrio interior.
O sintoma é visto num contexto mais abrangente
O sintoma é o centro do tratamento
O médico procura uma explicação para o problema no organismo do doente, para assim entender as causas subjacentes O médico procura algo externo para livrar o doente de seu sintoma
O tratamento abrange o corpo físico, mental e emocional do doente O tratamento visa primordialmente o corpo físico do doente
O doente assume a responsabilidade e participa ativamente do processo de cura O médico é uma autoridade e o doente segue suas instruções
O tratamento inclui mudanças no estilo de vida O médico prescreve medicamentos e, ocasionalmente, mudanças no estilo de vida
O objetivo do tratamento é a transformação ou a restauração da saúde O objetivo do tratamento é a eliminação do sintoma
Fonte: Rita Kirsch Debroitner, PhD e Avery Hart, M.S.W,
Moving Beyond A.D.D./A.D.H.D.

Solange Christtine Ventura
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