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POR UM TELEPATA DA FEDERAÇÃO
HISTÓRIAS DE MALDEK E  O SISTEMA SOLAR
Traduzido do Livro "THROUGH ALIEN EYES - Através de Olhos Alienígenas", escrito por Wesley . Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO.

Livro "THROUGH ALIEN EYES - Através de Olhos Alienígenas"


Testemunhei os atos de seus santos magos, que eles chamam de Skates. Meus sentidos foram todas as vezes subjugados por suas poderosas ilu­sões. Os seres do grande radiar Netuno/Trake aceleram o espírito por meio de sua apa­rência física, sabedoria, coragem e fortaleza. Certamente, qualquer um per­deria tempo debatendo com eles uma questão sobre a qual eles tivessem uma visão contrária. Caso vocês ousem empreender tarefa tão insensata, aviso-os, não olhem em seus olhos. Eu Sou Hazvder de Delk.

Meu primeiro nascimento humano deu-se no planetoide que vocês chamam de
Tritão, o maior satélite de Netuno. Chamávamos o lugar de Mern. Respirávamos nitrogênio, assim como os habitantes dos sistemas radiares de Sumer (Saturno) e Relt (Júpiter). Trome, do radiar Sumer, descreveu muito bem a função dos sistemas radiares. Portanto, pouco há a dizer, exceto que o radiar Trake/Netuno, que fornecia luz e energia a meu povo, funcionava de forma bem semelhante ao radiar natal de Trome.
NETUNO/TRAKE
Alguns planetóides de outros radiares deste sistema solar são bastante grandes em comparação a Mern. Mern tem diâmetro de cerca de 2.720 quilômetros e superfície ligeiramente menor que 233 milhões de quilômetros quadrados. Isso o torna um pouco menor que o satélite da Terra, a Lua. Antes da destruição de Maldek, o radiar Trake possuía dois outros planetóides de tamanho considerável. Eles foram ejetados do sistema Trake após a tragédia e agora orbitam o sol central como Plutão e seu satélite Charonte. Dois outros planetóides de Trake assumiram órbitas além de Plutão e Charonte, sendo chamados agora, como eram originalmente, Banlon e Nylo. Outro planetóide que se desprendeu de seu radiar de origem para orbitar o sol central é o mundo que vocês conhecem por Mercúrio, o qual, antes da destruição de Maldek, orbitava (era uma Lua) o radiar Relt (Júpiter).

Na época de meu primeiro nascimento, o radiar Trake não possuía anéis. O corpo orbitante que vocês chamam
Proteu, com diâmetro de cerca de 386 quilômetros, é um pedaço de Maldek que entrou em órbita ao redor do radiar Trake/Netuno há aproximadamente 322 mil anos.

O planetóide Trake, que chamamos Bove (Charonte), tinha a maior população humana, cerca de 4 milhões e 350 mil pessoas. Mern, por outro lado, tinha aproximadamente 238 mil habitantes. O número total de traquianos em todos os planetóides do sistema naquela época era de quase 10 milhões. Há mais de 187 milhões de traquianos corporificados hoje, vivendo na Terra e em outras partes do universo. Se o radiar Trake e todos os seus
onze (Luas) planetóides originais voltassem ao estado em que se encontravam anteriormente à destruição de Maldek, a superfície dos planetóides do sistema nunca conseguiria suportar o número atual de traquianos, nem os milhões mais que assumirão forma humana no futuro.
O planetóide/lua TRITÃO/MERN de Netuno/Trake.
Mesmo cidades subterrâneas não seriam uma solução adequada. Talvez seja o desejo verdadeiro do elohim que o destino de todos nós, do radiar Trake e possivelmente os humanos de todos os outros mundos, seja no final se espalhar por todo o universo e interagir de forma pacífica uns com os outros. Se isso for verdade, que assim seja, embora eu pessoalmente ache difícil conviver com os costumes e atitudes de alguns habitantes muito afáveis de outros mundos. Ainda assim, são as diferenças existentes entre os povos de todos os tipos que ensinarão às pessoas como tolerar e respeitar os direitos espirituais dos outros de agir como bem quiserem (ou deverem) de acordo com o Plano Mestre do Criador de Tudo Que É. Digo-lhes isto: nunca tolerarei os que praticam os costumes do lado sombrio da realidade.

Nós, de Trake, acreditamos ter sido programados por nosso El progenitor antes de nossa existência humana para ser o que vocês chamariam ciganos cósmicos. Essa crença
é fisicamente apoiada pelo fato de sermos um raro tipo de humanos que não apresenta dificuldade alguma para passar da respiração de nitrogênio aos mais exóticos tipos de atmosferas encontradas em alguns outros mundos. Podemos passar a respirar oxigênio sem dar uma tossida ao atravessar os vários estágios do processo. Em minha primeira vida humana meu nome era Thaler, filho único de meu pai Framer e minha mãe Ibolue. Poucas famílias de Mern têm mais de um filho.

Todos os planetóides Trake eram governados por um único corpo de pessoas que chamávamos de Skates. Enquanto os Babs integrantes do
Conselho das Sete Luzes outrora governaram o povo do radiar Sumer/Saturno por meio de contato telepático interplanetário uns com os outros e buscavam orientação espiritual de seu El fitando a face de seu radiar, os Skates de nosso sistema empregavam métodos totalmente diferentes para estabelecer contato uns com os outros e receber instruções divinas do El de Trake. Para que os leitores compreendam os métodos dos Skates, faz-se necessário que eu explique o que é realmente um Skate e como uma pessoa torna-se membro desse grupo singular.

Os Skates são mestres de ilusão que possuem uma hierarquia baseada no grau de realidade que conseguem imprimir a uma ilusão e em quantos observadores são capazes de convencer ao mesmo tempo. A posição de um Skate na hierarquia é identificada por um anel colorido que aparece naturalmente num dedo (ou dedos) quando ele progressivamente atinge níveis superiores em sua arte. Doze anéis nos dedos da mão esquerda é considerado a posição mais elevada. Os
iniciados Skates provenientes dos planetoides do radiar Trake que atingiram o conhecimento básico exigido para buscar níveis mais elevados de realização possuem símbolos tatuados fisicamente na nuca que identificam seu professor.

A manifestação natural dos anéis de poder de macro nível (1 a 12) constitui uma forma universal de identificação que indica que a pessoa portadora dos anéis tem a capacidade de mentalmente atingir e tirar poder (até certo grau limitado e em horários específicos) do macro nível do campo vital universal (CVU). Como deve ser de conhecimento do leitor, o macro nível de percepção no CVU é o plano dimensional no qual o elohim interage. O marciano Senhor Sharmarie é conhecido por apresentar dois anéis de poder de macro nível e seu professor So-Socrey (quando corporificado) tem quatro. Rick Charkels, da Casa de Comércio de Cre’ator, é conhecido por exibir sete anéis de macro nível. (Antes de ir em frente, deixem-me dizer-lhes que, embora eu tenha várias tatuagens pequenas nos braços e no rosto, não tenho anéis de poder de macro nível.)

Os Skates do radiar Trake acabam por cobrir o corpo todo com tatuagens que os auxiliam tanto a atingir níveis mais elevados de macro poder como a produzir suas ilusões realistas. De vez em quando, tatuagens se manifestam no corpo de um Skate da mesma maneira que os anéis de macro poder como descrito anteriormente. A compulsão de muitos dos que vivem hoje na Terra de ser tatuados (até mesmo de forma bem artística) tem sua fonte básica no instinto psíquico (possivelmente instilado numa vida anterior) de ser espiritualmente favorecido pelo Elohim.

Mesmo os que praticam os costumes do lado sombrio da realidade usam tatuagens simbólicas para solicitar e adquirir poderes do macro nível. O símbolo, não a pessoa, é o meio. Os integrantes das S.S. nazista tinham as letras “SS” (abreviação de
Schwarze Sonne-SOL NEGRO) tatuadas no lado de dentro dos braços esquerdos de forma estilizada, representando também um raio (na realidade eram duas letras do alfabeto rúnico germânico Sigil). Em minha primeira vida humana, as crianças dos planetoides do radiar Trake eram educadas verbalmente na leitura, escrita, matemática e história por Skates de nível secundário, cabendo a educação espiritual e religiosa aos pais da criança. Depois de absorver os elementos básicos dessas matérias, as crianças recebiam dos Skates mestres educação superior nessas mesmas matérias.
Os integrantes das S.S. nazista tinham as letras SS”
(abreviação de
Schwarze Sonne-SOL NEGRO tatuadas no corpo).
Os Skates mestres empregavam a ilusão para criar experiências e situações para forçar os alunos a utilizar cada parcela de conhecimento e testar o limite de sua percepção mental. Com a idade de cerca de seis anos terrestres eu já tinha visitado todos os planetoides do sistema radiar Trake sem nunca ter me afastado mais do que cinco quilômetros do local onde nasci em meu mundo natal de Mern. Realizei todas as minhas explorações fora do meu mundo na maioria das vezes pedalando uma bicicleta imaginária ou caminhando em estradas ilusórias que, na verdade, existiam em mundos reais. De fato, se alguém caminhasse fisicamente por uma dessas mesmas estradas (quando elas existiam), veria que cada detalhe minúsculo era idêntico à ilusão gerada experienciada daquele local.

Como todos os habitantes dos planetoides de Trake (por intermédio dessas experiências ilusórias) sabiam tudo sobre todas as características físicas de cada planetoide (inclusive dos povoados e cidades ali localizados), era como se cada pessoa em todo o sistema pertencesse, na verdade, a uma única população vivendo em um único mundo. Afinal, a época de educação ilusória terminava, e esperava-se que os formandos usassem seus conhecimentos e experiências para arrumar um emprego e ganhar a vida. As experiências educacionais ilusórias eram-lhes negadas dali em diante e eles eram incentivados a desenvolver seus próprios poderes de Skate sempre e como pudessem. Os artistas da tatuagem estavam sempre muito ocupados gravando símbolos mágicos na nova geração de clientes. Muitos buscavam os Skates mestres para solicitar aprendizado.

As ilusões não podem ser registradas e tocadas repetidas vezes como ROMs mentais, por muito tempo usados com propósitos educacionais em alguns mundos. Nas culturas avançadas amplamente disseminadas, como dos nodianos, a tecnologia para produzir e tocar repetidas vezes ROMs mentais existia centenas de anos antes da fundação da Federação. Qualquer cena com o acompanhamento de qualquer tipo de emoções pode ser registrada, editada e posteriormente transmitida por meio de certos planos de micro nível do FUB (frequências ultra baixas) a vários receptores humanos que estejam mentalmente em sintonia com a frequência de transmissão na qual os componentes dos ROMs estão sendo irradiados.

O Skate mestre da mais alta hierarquia de cada planetóide do sistema é automaticamente considerado o supremo líder do mundo. Ele ou ela dariam a última palavra em qualquer questão secular espiritual, jurídica ou de outra natureza. Em minha primeira vida, todos os planetoides Trake possuíam vida vegetal e animal. Os povos de dois dos planetoides se alimentavam de peixes, mas os povos dos outros nove mundos eram vegetarianos que também consumiam produtos derivados do leite. Havia abundância de frutas e tínhamos uma variedade de alimentos do tipo tubérculos semelhantes a batatas, mandioca e amendoins. Os animais se reproduziam mais ou menos a cada dois anos terrestres e a maioria das espécies nunca vivia mais de quatro anos na natureza.

Obtínhamos leite de quatro tipos de animais ligeiramente diferentes, semelhantes ao que vocês chamam de cabras. A maioria dos mundos de Trake dispunha de uma variedade de espécies diferentes de aves, mas nenhuma era maior do que um pardal. Não tínhamos insetos. Nossas roupas eram feitas de certos tipos de fibras obtidas, em sua maior parte, da casca de árvores. As peles e os ossos de animais também eram usados. Todos os planetoides tinham grandes jazidas de ferro, cobre, prata e estanho. Combinávamos estanho e cobre, obtendo bronze.
Os dois mundos cujos povos comiam peixes falavam línguas diferentes. Esses mundos eram em sua maior parte, cobertos por desertos. O povo vivia em áreas irrigadas por gêiseres, ativados regularmente por efeitos gravitacionais gerados pelo radiar. Sob a superfície desses mundos havia grandes cavernas e lagos nos quais se desenvolviam peixes entre plantas aquáticas e formas menores de vida aquática. Os Skates desses dois mundos eram muito poderosos. Chamávamos os habitantes desses mundos de “andarilhos” pois o único meio de percorrerem seus mundos arenosos era andando. Nós, dos outros mundos, claro, construíamos estradas e usávamos bicicletas.

Tínhamos conhecimento da eletricidade e da eletrônica, mas não conseguíamos mentalmente tolerar o ruído eletromagnético gerado por aparelhos como a televisão. Qualquer tipo de instrumento eletrônico que usássemos para conduzir um experimento científico tinha primeiro de ser muito bem protegido para que suas emissões não deixassem seus usuários loucos varridos. Com a idade de mais ou menos 18 anos terrestres, fui contratado por uma mulher Skate de altíssima hierarquia que era também arquiteta e empreiteira. Ela era paga por seus serviços em notas revestidas por um belo mas raro material encontrado em quantidades limitadas em todos os planetóides do sistema Trake. Após ser separado de outros materiais, em seu estado refinado brilhava com se estivesse pegando fogo quando atingido pela luz.

Esse material, que chamávamos
crare, foi fisicamente formado ao mesmo tempo em que os próprios planetóides foram criados. O crare podia ser fundido e modelado. Em essência, o crare era para meu povo o que o ouro tem sido para os terráqueos há vários milênios. O nome de minha patroa era Raind. Usando seus poderes de ilusão, ela podia projetar e construir um edifício no local escolhido em minutos. Seus clientes podiam andar pela estrutura imaginária e descrever seus desejos, após o que ela modificava sua ilusão para ilustrar como esses desejos seriam na realidade. Quando todos estivessem satisfeitos com a ilusão, ela desaparecia. Cerca de duas horas depois, o plano projetado por ela por meio da ilusão era ilustrado no papel. Minha tarefa era construir e instalar fisicamente as janelas exigidas pelas plantas da construção.

Eu passava bastante tempo lendo e comparecendo a concertos de música. Tons musicais muito agudos, além do alcance de audição dos habitantes da Terra hoje, eram apreciados pelas pessoas de minha idade. Os traquianos mais velhos consideravam essa forma de música um barulho sem sentido. Hoje eu concordaria com eles. Era costume as mulheres pedirem os homens em casamento e meus amigos e eu ansiávamos por ser pedidos. Certa tarde, enquanto eu instalava uma janela, a sobrinha de minha patroa espiou pelo vidro do outro lado e sorriu para mim. Três meses depois, casamo-nos num belo jardim ilusório fornecido pela mente de sua tia Raind. O nome de minha mulher era Balis. Posteriormente, ela estudou muitos anos sob a tutela da tia para se tornar Skate. Fui elevado à mais elevada posição da companhia: tornei-me telhador.

Era costume os homens se reunirem a cada nove dias em praças e casas de chá para conversar em particular uns com os outros ou pedir a palavra para falar com todos os que estivessem reunidos. Foi durante uma dessas reuniões que se deu um acontecimento que, sem dúvida, tem relação ao motivo pelo qual estou me comunicando com vocês e não com alguma outra pessoa de meu sistema de origem. O acontecimento foi a primeira aterrissagem de uma espaçonave de outro mundo, e fui a primeira pessoa de meu mundo a travar uma conversa razoavelmente inteligente com seus ocupantes. Dois outros habitantes de meu mundo entraram em contato com os visitantes antes de mim, mas o que aconteceu entre eles poderia ser usado como tema para o que vocês chamariam de ópera cômica.

MORRIS DE NODIA

Certo dia um velho amigo chamado Picer, muito agitado, entrou correndo na praça gritando que na estrada, a cerca de três quilômetros, havia homens muito altos e estranhos vestidos de forma ainda mais estranha. Ele também disse que os vira “sair de uma coisa metálica circular grande.” Todos os que ouviram sua história começaram a rir, pensando que ele fora vítima de um trote ilusório de algum Skate. Ele insistiu que o que vira era real e não uma ilusão.

Acrescentou que um dos estranhos pediu a ele mentalmente que os levasse a autoridade política (ou seja “Leve-me a seu líder”). O estado emocional de Picer logo começou a convencer muitos de nós de que ele havia realmente se deparado com algo fora do comum. Um Skate de um anel do grupo disse: “Leve-me ao local onde você teve essa experiência e eu lhe direi se o que viu foi real ou uma ilusão.”

Nosso grupo, de cerca de 50 pessoas, montou nas bicicletas e seguiu Picer e o Skate estrada abaixo. Quando chegamos a nosso destino, as coisas realmente estavam como Picer contara. Lá estava a grande coisa prateada circular e três homens altos de cabelos brancos de pé ao lado dela com os braços erguidos, corno a dizer: “Nós nos rendemos.” O Skate imediatamente afirmou que esses homens não eram uma ilusão, e todos ficaram muito quietos. O Skate gritou para que todos ficassem para trás, porque havia agora luzes vermelhas piscando em vários pontos na borda da coisa de metal.

O Skate projetou uma ilusão que a princípio assustou os visitantes. Os integrantes do grupo que conseguiram vê-la também tiveram um sobressalto. A ilusão era a besta mais feia e feroz que o Skate conseguiu conjurar. De onde ele tirou a idéia dessa besta ilusória estava além da compreensão de todos nós, pois não existia nada parecido com aquilo na realidade de qualquer dos planetóides Trake. Depois de mais ou menos um minuto, os estranhos caminharam até a imagem da besta e passaram a golpeá-la com um chapéu.

Os outros dois estranhos começaram a gingar em volta da imagem. Quando o Skate percebeu que já não estava enganando ninguém, sua criatura imaginária progressivamente encolheu e desvaneceu. Os estranhos começaram a rir e todos os presentes se juntaram a eles. Na época, eu não sabia o que tomou conta de mim, fazendo-me andar até os estranhos e estender minhas mãos vazias. Eles não me apertaram as mãos, e sim cada um deles tocou as palmas nas minhas. Um dos integrantes do grupo falou-me em meu idioma nativo, perguntando meu nome. Respondi, e então ele disse que seu nome era Morris.

Morris falou com um de seus companheiros em sua língua nativa e o homem entrou no veículo prateado. As desagradáveis luzes vermelhas foram apagadas e uma parte relativamente grande do casco da nave dividiu-se em dois, separando-se e revelando seu interior. Sentamo-nos na abertura da nave com os pés tocando o solo. Morris pediu-me que chamasse meus amigos para que ele pudesse nos falar a todos. Quando o grupo se aproximou, vi o Skate e vários outros homens pedalando suas bicicletas o mais rápido que podiam em direção à nossa cidade.

Morris nos disse que ele vinha de um mundo que ele chamava Nodia, situado num sistema solar muito distante. Quando perguntei se ele havia percorrido todo aquele caminho na nave em que estávamos sentados, respondeu que não. Disse-nos, então, que ele e sua pequena nave haviam sido trazidos para nosso mundo numa espaçonave muito maior, localizada além das órbitas de qualquer dos planetóides Trake.

Quando o assunto passou a comércio universal, perguntei a Morris o que tínhamos em Mern ou em qualquer dos demais planetóides Trake que interessava a ele e seu povo. Antes de ele responder minha primeira pergunta, também lhe perguntei se o que os interessava eram nossas jazidas de crare. Fiquei surpreso ao ouvi-lo dizer que o crare podia ser encontrado em grande quantidade em vários mundos remotos por ele visitados. Ele disse-me, então, que era no povo do sistema radiar de Trake que seu empregador, a Casa de Comércio de Cre’ator, estava realmente interessado.

Essa casa de comércio acreditava que a capacidade de nossos Skates de reproduzir ilusões pudesse ser muito valiosa quando a casa de comércio entrasse em contato pela primeira vez com raças não-telepáticas, bem como para confundir os inimigos da casa de comércio em encontros militares hostis. Fiquei confuso ao tomar conhecimento de que os povos de outros mundo às vezes se matavam. Descobrira que na realidade havia perigos que poderiam causar morte acidental, mas a idéia de que uma pessoa quisesse ou pudesse matar outra era muito perturbadora.

Chamei a atenção de Morris para o fato de que o número de Skates existente, em comparação ao número de traquianos que não tinham poderes Skate, era muito pequeno. Ele me disse que sabia que o que eu dissera era verdade, mas tinha certeza de que a base das capacidades psíquicas Skate estava presente em todos os traquianos nativos. Ele acrescentou que, embora não se esperasse que todos nós desenvolvêssemos o poder Skate para produzir ilusão, ele tinha certeza, assim como seus patrões, de que poderíamos ser treinados para nos tornar excelentes telepatas e espers, dois tipos de pessoas das quais uma casa de comércio em desenvolvimento tinha grande necessidade.

MUDANÇA PARA o Planeta VITRON (Sol/Estrela POLÁRIS)

Quase um ano depois, minha mulher Balis e eu embarcarmos num pequeno foguete nodiano que nos levou a
uma nave-mãe de forma cilíndrica de aproximadamente três quilômetros de comprimento. Expiramos nossa última golfada de nitrogênio e inspiramos nossa golfada seguinte de ar rad sem nem mesmo nos aperceber de que fizéramos a mudança. A bordo da nave-mãe, entramos em contato com algumas pessoas do radiar Relt (Júpiter) e algumas do radiar Sumer (Saturno). A comandante da nave não era nodiana, tampouco era do sistema solar de origem dos nodianos. Seu nome era Nella-Vo, e vinha de um mundo chamado Orkintu. que fazia parte de um sistema solar cujo centro era um sol chamado Tagmer. Nella-Vo tinha três filhos pré-adolescentes que a seguiam silenciosamente por toda parte. (Acho que eram meninos, mas era muito difícil para mim ou Balis dizer.)

A tripulação da nave-mãe era composta de pessoas de centenas de mundos diferentes. Seus vários tamanhos e diferentes colorações de olhos e pele fizeram-nos sentir como se estivéssemos possivelmente entre seres imaginários. experiênciando, na verdade, algum tipo de ilusão fantástica. A nave-mãe era chamada pelo nome nodiano de Shalope, que, traduzido para a linguagem falada, significa “acalanto.” Sempre achei esse nome muito apropriado a uma nave-mãe. A Shalope permaneceu em nosso sistema solar por cerca de oito dias terrestres. Depois de sair de nosso sistema solar, paramos em mais dois sistemas solares antes de chegar a nosso destino final. Vitron, um planetóide (Lua habitada) enorme que era o único a orbitar o radiar Ampt. O radiar Ampt por sua vez orbitava o sol SOST. O terceiro planeta desse sistema solar era chamado NODIA.

Acima: POLARIS, popularmente conhecida como Estrela Polar, é a estrela mais brilhante da constelação chamada Ursa Menor <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ursa_Menor>, a estrela polaris é uma das estrelas pertencentes a Constelação da Ursa Menor que no correr dos séculos vem sendo usada para nortear os navegantes, pois é uma estrela fixa que determina o Norte celeste. A estrela apontada como Polaris Ab na realidade b seria o radiar Ampt, onde orbita o planetóide Vitron, o lar de Mocalar e o Planeta NODIA dos nodianos.

O planetóide Vitron tem uma superfície aproximadamente 30 vezes maior que a da Terra. Como o campo magnético que envolve o radiar Ampt é comparativamente fraco, a força gravitacional de Vitron é apenas ligeiramente mais intensa que a da Terra. Por exemplo, o planeta Nodia tem uma superfície cerca de 26 vezes maior que a da Terra, mas como também possui um campo magnético fraco, pouca energia magnética polariza com a força nuclear fraca gerada pela massa do planeta. Portanto, a atração gravitacional de Nodia é mais fraca do que a da Terra, sendo comparável à atração gravitacional atual de Marte.

Grande parte da superfície de Vitron era naquela época, como ainda hoje, dedicada à agricultura. (Dizem de maneira jocosa que se poderia realmente viver dentro da casca de uma melancia vitroniana.) Recebemos um apartamento no que era chamado complexo Cre’ator e achamos a vida entre os vitronianos muito agradável. Os vitronianos se parecem muito com os nodianos. Têm pele ligeiramente mais clara e olhos mais escuros. Quando perguntamos sobre o planeta Nodia, um vitroniano replicou: “Vocês não iam querer ir para lá. Os nodianos são simpáticos, mas coisas loucas e imprevisíveis estão sempre acontecendo por lá. Tem muita gente de outros mundos.”

Balis e eu recebemos cada um uma versão nodiana de um cartão de crédito, que nos permitia comprar apenas comida e roupas.
Moradia e transporte para todos os locais do mundo eram gratuitos. Passamos mais de um ano terrestre aprendendo tudo que podíamos usando ROMs mentais, o método nodiano de auto-ensino. Descobrimos que as expetiências proporcionadas por ROMs mentais eram semelhantes ao aprendizado realizado por meio de ilusão, exceto que aqui podíamos absorver em minutos anos de experiências, enquanto nos encontrávamos em profundo estado hipnótico. As ilusões requerem tempo real para completar seu curso e impressionam nossos sentidos enquanto nos encontramos totalmente despertos.

Afinal o complexo Cre’ator começou a ficar repleto de traquianos. Disseram-me que não havia praticamente ninguém ainda vivendo em nossos mundos natais. Usando um termo do século 19 terrestre, todos queriam “ver o elefante.” Por cerca de mais dois anos, Balis e eu treinamos para nos tornar telepatas, e nos tornamos muito bons nisso. Foi por essa época que um novo grupo de traquianos chegou ao complexo em Vitron. Seus integrantes trouxeram consigo
o testemunho ocular da destruição do planeta Maldek.

Também nos contaram da ocorrência de migrações em massa de populações humanas dos planetas e planetóides do sistema solar. Quando perguntei onde estavam indo todos, um dos recém-chegados respondeu: “Na verdade, a toda parte, mas principalmente para a Terra.” Os planetóides traquianos estavam quase totalmente desertos de traquianos, a maioria dos quais havia sido empregada por uma casa de comércio nodiana ou pela
recém-formada Federação.

Por ironia, os planetóides praticamente vazios foram os últimos a sentir os efeitos prejudiciais causados pela destruição de Maldek, então a Casa de Cre’ator e a Federação usaram os armazéns de Trake e as áreas de baldeações para estocar suprimentos que elas acabariam por transportar para a Terra para ajudar hordas de refugiados. Enquanto isso acontecia, espécimes da vida vegetal e animal dos planetóides Trake eram colocados por grupos de sumerianos (saturnianos) e levados para serem preservados em portos seguros localizados fora de seu sistema solar natal.
THALER de NETUNO - Parte II

“Eles são como as mais frágeis flores em forma humana. Suas canções e palavras de amor expressam mais realidade sobre a grande emoção do que qualquer canção ou palavra por mim ouvida ou sentida, oferecida com o máximo de sinceridade por habitantes de qualquer outro mundo. Tenho certeza de que o Criador de Tudo Que É de vez em quando pede silêncio e roga que um habitante de Wayda (Vênus) cante uma canção de amor. Que a bondade espiritual dos habitantes de Wayda seja um exemplo para todos nós”.
Sou Tinsel de NODIA.

OS ESPIÕES:

Certo dia, nós, traquianos que estávamos estudando para telepatas, fomos solicitados a nos reunir no grande auditório que era parte do complexo Cre’ator. Quando Balis e eu chegamos, o local estava lotado com mais ou menos mil traquianos. Falou-nos um nodiano chamado Ostrocan. Contou-nos as condições lastimáveis existentes na Terra e como os maldequianos que sobreviveram à destruição de seu mundo haviam assumido o controle total do planeta e estavam tornando as coisas ainda piores para os vários tipos de imigrantes.

Ostrocan pediu, então, voluntários para ir à Terra e manter a Casa de Comércio de Cre’ator e a Federação telepaticamente informadas das condições sempre variáveis do planeta e de qualquer dado sobre os maldequianos e suas atividades. Todos que estavam no auditório se ofereceram como voluntários. Fomos divididos em dois grupos. Um grupo iria para a Terra e colheriam informações e o outro grupo se espalharia pelos mundos de sistemas solares vizinhos. Este último grupo receberia telepaticamente informações enviadas pelas pessoas designadas para a Terra, passando-as para No dia. Depois de discutir um pouco, convenci minha mulher Balis a permanecer com os telepatas receptores, deixando-me ir para a Terra.

Nos dois dias seguintes, ambos os grupos se familiarizaram por meio de ROMs mentais com tudo o que se sabia sobre os maldequianos, a Terra e os imigrantes. Quando achávamos que aprendêramos tudo o que podíamos sobre esses assuntos, fomos informados de que precisávamos absorver informações sobre centenas de tipos diferentes de seres de outros mundos (de outros sistemas solares) que viviam na Terra e passaram a servir os maldequianos antes de eles explodirem seu mundo natal.

Depois de converter nossa respiração para oxigênio, sob a proteção da noite, 40 telepatas traquianos embarcaram numa nave rumo à Terra. Nosso local de aterrissagem foi na área hoje chamada
Argentina. Antes de sair da nave foi-me dado o que vocês chamariam revólver. Eu aprendera, nos ROMs mentais, como ele funcionava e como usá-lo, mas nunca segurara um nas mãos. Fomos recebidos por um grupo de homens em sua maioria marcianos. O líder era um nodiano convincentemente disfarçado de marciano até mesmo no corte de cabelo de estilo mohawk [moicano] (indígena norte-americano habitante do Vale do Rio Mohawk, Nova York), considerado um emblema de honra entre os guerreiros marcianos. Ele teria enganado qualquer um se não fosse pelas raízes brancas de seu penacho pintado de preto. Os marcianos o chamavam Coate-Grol (o Gato Sol).

JAQUETA VERDE E PRÍNCIPE BRONE

Nós, recém-chegados, dividimo-nos em cinco grupos de oito. Cada grupo saiu do local de aterrissagem a intervalos de meia hora, liderados por um guia designado para o grupo por Coate-Grol. O grupo em que eu estava era liderado pelo subcomandante de Coate-Grol, um jovem marciano muito bem apessoado chamado Jaqueta Verde, pois vestia uma bonita jaqueta de couro dessa cor. A noite estava fria, e falávamos baixo enquanto esperávamos nossa vez de partir. Jaqueta Verde sentou-se separado do grupo e parecia falar consigo mesmo usando duas vozes diferentes. O mistério foi desvendado quando ele se ergueu e se voltou para liderar o caminho. Amarrada às suas costas havia uma cadeirinha com um anão marciano sentado. Descobrimos depois que o nome do homenzinho era príncipe Brone e que ele era um dos filhos de um antigo bar-rex (senhor da guerra) marciano.

Depois de cerca de três horas de caminhada rumo ao brilho no horizonte, chegamos ao alto de uma montanha. No vale abaixo, até onde alcançava a vista, vimos milhares de fogueiras. De cada cabana de barro pela qual passávamos vinha o som de tosse. Muitos dos marcianos estavam encontrando dificuldade em respirar o ar com oxigênio de seu novo lar e quando dormiam era ainda pior. Afinal chegamos a uma cabana circular de vime e barro grande o bastante para comportar cerca de 35 pessoas. O príncipe Brone foi retirado do ombro do amigo, ainda em sua cadeira. Jaqueta Verde então o ajudou a subir numa rede e o cobriu com um cobertor. Menciono esse fato porque a amizade carinhosa entre esses dois homens aqueceu-me o coração.

Coate-Grol entrou na cabana e pediu que entregássemos a ele nossos revólveres, o que fizemos imediatamente. Ele sorriu quando viu a maneira desajeitada como nós, traquianos, manejávamos as armas. Disse-nos, então, que as armas estavam sendo guardadas porque elas talvez não fossem necessárias por algum tempo ainda. Ele então mostrou a cabana, dizendo: “Por enquanto vamos contar com isto.” Das paredes pendiam arcos e aljavas de flechas, e enfiadas no chão de terra havia varias espadas de folha larga de fabricação marciana. Ele acrescentou: “Iremos a lugares que nos colocarão em contato com os maldequianos, então não seria bom ser visto carregando armas sofisticadas. Os maldequianos conhecem esses tipos de armas e provavelmente possuem arsenais com suas próprias versões.

O líder deles nunca precisou desses tipos de armas para controlar os nativos da Terra porque um simples olhar de desagrado de um dos assim chamados Radiantes basta para fazer os terráqueos pularem. Os líderes maldequianos não liberam essas armas nem mesmo a seus soldados de elite, chamados krates, pois não descartam a possibilidade de que em algum ponto de suas fileiras exista um velhaco ambicioso pronto para arrebatar seu poder e experimentar a emoção de fazer as coisas a seu modo.” Coate-Grol então disse a um marciano troncudo que estava a seu lado: “Vá pegar nossa arma secreta.”

Depois de alguns minutos, o marciano voltou com outro homem vestido no estilo dos terráqueos nativos.Usava um turbante cuja extremidade lhe cobria o rosto. Trazia os braços cruzados no meio do corpo, mãos enfiadas nas mangas. Quando tirou a mão esquerda, vimos que cada dedo era marcado por um anel de macro poder. Era um Skate traquiano. Nos vários meses seguintes, integrei o grupo de traquianos que acompanhou Coate-Grol e sua equipe em incursões noturnas às montanhas dos arredores para receber a nave da Federação.

Minha tarefa era me comunicar telepaticamente com as tripulações desses veículos e manter a mesma forma de comunicação com um telepata traquiano localizado em nosso acampamento distante. Descarregávamos caixas compostas principalmente de cápsulas alimentares altamente nutritivas e medicamentos. De vez em quando, uma nave trazia passageiros que se juntavam a nós ou simplesmente desapareciam silenciosos dentro da noite. As vezes (mas raramente), descarregávamos caixas contendo vários tipos de armas.

Afinal, chegou o dia em que Coate-Grol disse a cerca de 15 integrantes do grupo, inclusive Durdler, o Skate, que iríamos para uma cidade situada a aproximadamente 144 quilômetros do campo marciano. Fiquei muito satisfeito ao ouvir isso, pois a vida no campo era emocionalmente intolerável para mim e outros de minha espécie. Havia muita doença e era-nos difícil suportar o mau cheiro de corpos humanos queimando. Coate-Grol nos falou da viagem enquanto príncipe Brone, de pé num banco atrás dele, pintava de negro as raízes de seus cabelos. Saímos no dia seguinte ao amanhecer.

À medida que caminhávamos rumo ao norte, o céu ficou nublado e cinzento. Nosso caminho nos levou a uma estrada na qual periodicamente encontrávamos outros viajantes. Tropas de terráqueos a cavalo e carregando espadas e arcos passavam galopando por nós nas duas direções. As vezes, uma dessas tropas parava e nos examinava, mas depois de ver as espadas de folha larga presas às costas de meus companheiros marcianos de aspecto feroz, normalmente iam embora sem comentários. Enquanto eles se afastavam, príncipe Brone, nas costas de Jaqueta Verde, fazia gestos obscenos na direção deles, grunhindo como um porco.

Várias vezes nos deparamos com até quatro corpos humanos estendidos à beira da estrada, alguns com flechas encravadas. À medida que nos aproximávamos da cidade, passamos pelos cadáveres de pessoas que foram submetidas ao método de execução favorito dos maldequianos: crucificação. Encontramos uma mulher crucificada que ainda estava viva e sofrendo muita dor. Jaqueta Verde desfechou uma flecha em seu coração, aliviando seu sofrimento. Conto-lhes esses horrores para que saibam realmente como eram as coisas na Terra naqueles dias sombrios.

UM ENCONTRO COM OS MALDEQUIANOS

Ao anoitecer, entramos numa cidade populosa com ruas de pedras arredondadas iluminadas por tochas. Quase que imediatamente pus pela primeira vez os olhos num maldequiano, sentado numa sacada que dava para a rua na qual estávamos. Príncipe Brone acenou para ele e ele retribuiu. Nosso príncipe grunhiu baixinho feito um porco. Os sons da cidade eram uma combinação de risadas, discussões violentas e gritos pesarosos. As pessoas faziam tudo o que se podia imaginar. Era um hospício.

Entramos no pátio de uma casa completamente queimada e de lá tiramos à força vários invasores de outros mundos. Pusemo-nos à vontade ao redor do fogo que eles haviam acendido. De vez em quando, ao longo de toda a noite, éramos visitados por gente que queria nos vender algo ou que queria nos fazer algum tipo de proposta. Pouco antes do alvorecer, uma pessoa veio a nós vendendo pão. Trocamos com ela três flechas por seis pães. Coate-Grol não permitiu que comêssemos o pão, em vez disso guardando-o em sua mochila.

Nosso líder nos disse que chegara a hora de partir, pois conseguíramos o que viéramos buscar. Sua afirmação me confundiu. Disse-nos, então, que desejava dar uma olhada numa base militar maldequiana localizada vários quilômetros ao norte. Um dos integrantes do grupo me disse que quando eles viram pela primeira vez a base, há vários meses, era pequena e ainda estava em construção.

Evitamos as estradas, seguindo um caminho nas colinas onduladas. Pelo meio da manhã, paramos ao lado de um riacho e fizemos uma infusão de gosto muito amargo chamada de chá pelos marcianos. Coate-Grol tomou o pão de sua mochila e começou a parti-lo em pedaços que ele distribuía a seu esfomeado grupo. De um dos pães ele pegou um pequeno recipiente de metal. Nele havia uma mensagem que ele leu, passando-a em seguida a mim, dizendo: “Para Nodia.” Telepaticamente transmiti a mensagem a um telepata traquiano em Vitron, que mentalmente a retransmitiu a Nodia.

Acima: Estrela/SOL POLARIS, popularmente conhecida como Estrela Polar, é a estrela mais brilhante da constelação chamada Ursa Menor <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ursa_Menor>, a estrela polaris é uma das estrelas pertencentes a Constelação da Ursa Menor que no correr dos séculos vem sendo usada para nortear os navegantes, pois é uma estrela fixa que determina o Norte celeste. A estrela apontada como Polaris Ab na realidade b seria o radiar Ampt, onde orbita o planetóide Vitron, o lar de Mocalar e o Planeta NODIA dos nodianos.

A mensagem dizia: “Os maldequianos iniciaram um programa de fecundação de todas as mulheres saudáveis que vivem na Terra, não importa de que mundo tenham vindo. Estão oferecendo alimentos e abrigo a qualquer mulher que consinta ser engravidada por um maldequiano do sexo masculino ou por meio de inseminação artificial. Quando a criança nascer e for entregue para ser criada pelos poderes maldequianos governantes, a mulher receberá algum tipo de recompensa material. As mulheres que não concordarem em aceitar a oferta acabam por ser capturadas e forçadas a dar à luz crianças mestiças maldequianas contra sua vontade.”

Várias centenas de milhões de maldequianos morreram quando seu planeta explodiu, mas cerca de dez milhões deles sobreviveram porque estavam na Terra à época do acontecimento.
Sabendo que o pai determina a origem da essência psíquica da criança (planeta natal da ALMA do pai), os maldequianos idealizaram seu plano de recorporificar aqueles de sua espécie que haviam perdido a vida quando da destruição de seu mundo. Queriam fazer isso o mais rápido possível.

Naquela tarde, deitamo-nos de bruços, observando milhares de tendas brancas do outro lado da planície. Ao lado de um tenda enorme havia um carro aéreo. Num poste ao lado da tenda, tremulava uma bandeira branca exibindo as imagens de duas cobras douradas, uma de frente para a outra. Coate-Grol sussurrou: “Nós e nosso povo podemos estar em apuros. Aquela bandeira é o emblema de Sharber e Roanner.” Sharber e Roanner eram irmãos gêmeos maldequianos que por acaso eram generais krates muito cruéis.

Nossas observações da agora imensa base militar maldequiana foram interrompidas quando fomos descobertos por uma patrulha de fronteira krate composta de 12 homens. Vestiam armaduras e elmos revestidos de ouro. Durdler, o Skate, projetou a ilusão de 24 krates brandindo suas espadas e encarando nossos atacantes. Os krates reais gritaram com nossos krates ilusórios: “O que vocês estão fazendo’?” Depois de ouvir a frase algumas vezes, Durdler modificou sua ilusão, fazendo os krates imaginários responderem gritando aos reais: “O que vocês estão fazendo?” Na confusão, saímos correndo da área o mais rápido que pudemos. Durdler disse que tínhamos cerca de meia hora antes de sua ilusão desaparecer. Sempre desejei ter visto as caras dos krates reais quando isso aconteceu.

Evitamos a cidade na viagem de volta a nosso acampamento. No caminho de volta, pouco fizemos além de enviar patrulhas telepáticas. Queríamos evitar um ataque surpresa ao nosso acampamento por parte das forças de Sharber e Roanner, das quais escapáramos. Nodia foi informado telepaticamente de nossas expectativas. Novo dias depois, o céu acima de nosso acampamento encheu-se de espaçonaves da Federação de todo tamanho e aparência. Centenas delas aterrissaram na planície e nas encostas das montanhas ao redor. Milhares de
soldados da FEDERAÇÃO GALÁCTICA, chamados dartargas, assumiram posições defensivas ao norte do acampamento. A medida que o faziam, passei a respirar mais aliviado.

Foi estabelecido um posto de comando no centro do acampamento e nós, do grupo de Coate-Grol, fomos os primeiros a visitá-lo e a conversar com o comandante supremo da operação. O comandante era um nodiano chamado Pen-Dronell, que também tinha o título de Segundo Senhor de Planejamento da Casa de Comércio de Cre’ator. Pen-Dronell disse-nos que não estava lá para lutar com os maldequianos, mas que lutaria se fosse forçado a fazê-lo. Seu propósito verdadeiro ao vir à Terra era evacuar o maior número possível de marcianos. Alguns seriam levados imediatamente para outros mundos e outros seriam levados para terras no leste, permanecendo na Terra até que pudessem se tomadas providências para levá-los a planetas cujos povos nativos os acolhessem. Ele acrescentou que talvez levasse algum tempo para providenciar isso.

Cumprindo ordens, Coate-Grol voltou a Nodia com Pen-Dronell e Jaqueta Verde assumiu a liderança de nosso grupo reduzido. O acampamento parecia uma cidade fantasma. A primeira declaração de Jaqueta Verde a nós como líder foi “Vamos embora deste lugar, os maldequianos que fiquem com essas choças.” Príncipe Brone acrescentou: “Vamos atacar os maldequianos, oink, oink.” Jaqueta Verde coçou a cabeça e fingiu estar tomando uma grande decisão. Então disse: “Já sei! Os maldequianos estão no norte - acho que é melhor irmos para o sul.”

Quando estávamos a caminho de algum destino indefinido no sul, o tempo esfriou, então mudamos de direção rumo ao oeste por algum tempo e então fomos para o norte. Em nossa viagem, deparamo-nos com grupos dispersos de pessoas de outros mundos, algumas das quais nos contaram que na primavera seguinte tentariam cultivar a terra. De todas as pessoas que encontramos, as mais patéticas eram os gracianos, trazidos a Terra pelos maldequianos para fornecer os conhecimentos e a tecnologia usados na construção das três grandes pirâmides localizadas a milhares de quilômetros ao leste. Como vocês sabem, a maior dessas pirâmides teve um importante papel na destruição do planeta Maldek.

Foi durante nossa permanência com um grupo de gracianos que os céus começaram a ficar negros e uma chuva interminável passou a cair. Não havia nada que pudéssemos fazer quanto a isso. Informei telepaticamente Nodia das condições extremas de tempo predominantes na Terra. Foi meu último contato. Perecemos devido às chuvas e porque não conseguimos encontrar alimentos.

NOTAS

1. O radiar Trake é o nome nativo do corpo planetário que chamamos Netuno. A Federação o chama de radiar Crobet.

2. Veja “Através de Olhos Alienígena,” Parte 2.

3. Em “Através de Olhos Alienígenas,” Parte 3, a mulher de Vênus Churmay mencionou que Imhotep, o Grão-Vizir do antigo faraó egípcio Zoser, tinha símbolos azuis escuros tatuados na nuca.

4. Para obter informações a respeito do marciano Sharmarie, de So-Socrey e Rick Charkles, veja “Através de Olhos Alienígenas,” Parte 1.

5. Imagens tatuadas geraram a lembrança de algumas das vidas passadas do “homem ilustrado,” na história de Ray Bradbury de mesmo nome. Bradbury utilizou um tema semelhante num trecho de TI,. Martian Chronicles. Numa recente biografia televisiva de sua vida, Bradbury explicou como se instruiu sozinho indo a bibliotecas, onde passou horas incontáveis lendo. De acordo com o saturniano Trome (“Através de Olhos Alienígenas,” Parte 2).a juventude da Atlântida, em uma de suas vidas passadas naquele reino, era autodidata, frequentando bibliotecas estatais. Parece-me que os escritos de Bradbury eram baseados mais nessas experiências em vidas anteriores de sua alma do que numa imaginação fértil (
N.T. O mesmo acontece com a obra de George Lucas, Star Wars, que são lembranças da alma de Lucas de sua participação naquele conflito que aconteceu em nossa Galáxia -ainda acontece - pelo controle entre sistemas estelares de ÓRION, SÍRIUS, PLÊIADES e outros sistemas estelares).

Durante uma conversa telefônica, em 1964, entre o produtor televisivo Gene Roddenberry (série Star Trek) e eu, mencionei a capacidade dos Skates traquianos de produzir ilusões realistas. Subsequentemente, vários dos episódios de Jornada nas Estrelas (Star Trek) original adotaram a idéia de ilusões geradas. Lembro-me disso no episódio intitulado “Shore Leave,” no qual o capitão Kirk luta com um tigre ilusório que ele acreditava real.

6. De acordo com Thaler, de Netuno técnica avançada de ensino Skate é semelhante às imagens holográficas e cenários fictícios produzidos por computador na série televisiva “Jornada nas Estrelas: A Próxima Geração.” A diferença é que as imagens e cenários ilusórios são produzidos pela mente de um mestre Skate e não por um programa de computador. Seria difícil, para não dizer impossível, um computador estimular em alguém as sensações reais de ser escoiceado na cabeça por um cavalo ou picado por uma cobra venenosa, mas seria necessário um esforço mínimo para um Skate afetar mentalmente os nervos adequados no corpo de uma pessoa, dando mais realismo a uma experiência ilusória.

7. Thaler atribui ao príncipe Brone a autoria da piada reciclada por W.C. Fields em tempos modernos usando crianças. A versão do príncipe Brone era: “Gosto de maldequianos. mas depende de como forem cozidos.”
SHALLO-BAIN E TRELBA-SYE

Milhares de anos antes da vida experienciada pelo marciano Senhor Sharmarie no império de Agrathrone, eu também nasci numa época de uma assim chamada Era Dourada. A população do planeta Terra era sempre pequena porque essa era estava em declínio e as coisas estavam revertendo lentamente ao que eram em várias épocas anteriores quando a Barreira de Freqüência estava no auge.

Naquela vida meu nome era Brace. Nasci na remota e reclusa cidade que chamávamos ShalloBain, situada na área hoje denominada
TIBETE. A cidade fora construída em épocas anteriores à Barreira de Freqüência, sendo recuperada, restaurada e ampliada ao longo de um período de várias centenas de anos por meus (naquela época) ancestrais biológicos. Não tínhamos idéia de quem originalmente construíra e vivera na cidade, mas sabíamos que fora fundada numa época muito antiga.

Escavações realizadas na cidade anteriormente ao meu nascimento revelaram vários objetos que muito influenciaram o desenvolvimento de nossa cultura. Entre os itens mais importantes havia quatro carros aéreos movidos à energia cerebral canina inoperáveis e
mapas do relevo primitivo do planeta, que se modificara drasticamente. Foram encontradas muitas outras coisas que influenciaram o modo como vivíamos e pensávamos, mas uma descrição delas seria muito extensa para relatarmos neste texto. Os carros aéreos e o idioma escrito dos fundadores originais da cidade foram objeto de estudo por mais de cem anos. Depois de entendermos o sistema de propulsão dos carros aéreos, ainda não conseguíamos fazê-los funcionar porque não tínhamos cães, e mesmo que tivéssemos, não dispúnhamos da habilidade cirúrgica ou de conhecimentos de bioquímica para manter vivo o cérebro de um animal.

Posteriormente a meu nascimento naquela vida, foi desenvolvido um método alternativo de propulsão para os carros aéreos que empregava um cristal especialmente cultivado como substituto do cérebro de cão. Esse avanço em relação ao projeto original permitiu-nos voar e explorar o planeta. Como eu era uma das pessoas chamadas “olhos brilhantes”, fui escolhido para operar um dos veículos restaurados. (O termo “olhos brilhantes” era dado às pessoas que ainda conseguiam se comunicar telepaticamente em certo grau ou usar poderes telecinéticos limitados - deslocar objetos fisicamente pela força da vontade.) Muitos de nós, que possuíam essas assim chamadas habilidades extra-sensoriais a maior parte de suas vidas, estavam, por alguma razão desconhecida, perdendo-as a uma velocidade alarmante. Devido às névoas e cinzas vulcânicas que bloqueavam a luz do sol, nossas plantações começaram a minguar e os animais domesticados que usávamos como alimento também pararam de se reproduzir.

A área hoje chamada
TIBETE era montanhosa naquela época, mas não apresentava as altitudes atuais, conseqüência de mudanças geológicas acontecidas ao longo das eras. De fato, a região atual não era nem mesmo situada na mesma latitude. Vou contar-lhes um pouco mais a esse respeito depois. Como nossos meios de sobrevivência estavam desaparecendo, nossos líderes decidiram que devíamos sair pelo mundo de carro aéreo em busca de locais (se houvesse) que não estivessem sujeitos a condições tão rigorosas, procurando, também, outros povos que pudessem ter resolvido os problemas. Antes de iniciarmos nossa busca, consultamos os mapas antigos à procura de prováveis locais.

Antes de me alistar na Força Aérea de Shallo-Bain, trabalhei com meu pai e outro irmão na fabricação de móveis e urnas funerárias de cerâmica. Era casado com uma mulher chamada Shrenala e tinha dois filhos (uma menina e um menino). Minha mãe morrera e a mente de minha mulher ficava vagueando; ela apresentava mudanças de humor extremas e repentinas. Esse estado, causado pela Barreira de Freqüência, afetou muitas jovens da cidade na época. Deixei meus filhos e minha mulher mentalmente perturbada aos cuidados de meu pai e de meu irmão e sai de Shallo-Bain numa manhã quente de verão. Havia mais nove a bordo do carro aéreo, e voamos rumo ao leste, inseridos entre camadas superiores de cinzas vulcânicas e uma névoa pesada que cobria a terra, tornando impossível ver o que se passava abaixo.

Voamos cerca de dez horas por dia e aterrissamos na névoa densa para descansar um pouco. Essa manobra era muito rápida e perigosa, pois era necessário entrar na névoa e procurar visualmente uma clareira, ao mesmo tempo tomando cuidado com árvores e montanhas. Uma colisão com esses obstáculos obviamente teria encerrado de repente nossa viagem. O relevo naquela época era tal que tínhamos de sobrevoar apenas pequenas extensões de água.

Depois de cerca de cinco dias de viagem, passamos a sentir diminuição
da energia psíquica (força vital) necessária para impelir nosso carro aéreo. Vários de meus companheiros começaram a vaguear mentalmente. Um deles adormeceu por mais de doze horas e então morreu. Babbor, nosso navegador, perdeu a capacidade de falar e nos passava seus cálculos por escrito. No sexto dia, chegamos a um rio largo, que seguimos para o norte. Tínhamos certeza de que em algum lugar às margens desse rio ficava a antiga cidade subterrânea de Trelba-Sye. Felizmente, a névoa no solo era fina, mas o brilho do sol era bloqueado por um teto espesso de cinzas vulcânicas.

Na tarde daquele dia, localizamos um grupo de cerca de 70 seres humanos reunido à margem leste do rio. Mais adiante, a leste, vimos imagens de homens e mulheres esculpidas na face rochosa do penhasco. Esses entalhes pareciam se estender por quilômetros. Aterrissamos próximo a esse grupo que, obviamente, fora atraído àquele local pelos peixes mortos lançados à praia. Quando nos viram, correram amedrontados. Também pegamos alguns peixes mortos, que comemos antes de iniciar nossa busca a uma entrada para a cidade de Trelba-Sye. Deixamos Babbor com o carro aéreo e o restante da tripulação, com oito pessoas, subiu ao topo do penhasco.

Na manhã do dia seguinte, encontramos uma abertura, conseqüência de um terremoto, no topo do penhasco. Procuramos e encontramos materiais com os quais podíamos fazer tochas e então descemos pela abertura. Quando havíamos percorrido cerca de 12 metros, atingimos uma ampla saliência, onde podíamos nos postar e ter uma visão da vasta área abaixo de nós. Até onde conseguíamos enxergar, havia construções e ruas cheias de todo tipo de objetos estranhos. Percebemos que a saliência na qual estávamos era, na verdade, parte de um telhado desabado. Pulamos no piso do andar superior da estrutura e atingimos o nível da rua por uma escada de pedra.

Em nossa exploração limitada de Trelha-Sye, nos deparamos com muitos tipos de construções e com o que já fora as moradias dos habitantes originais da cidade. Também encontramos vários carros aéreos inoperáveis e um veículo circular, do qual um dos três trens de aterrissagem esféricos estava a vários metros, O veículo emitia um zunido baixo e era quente ao toque. Não encontramos a entrada da nave e estávamos exaustos demais para procurar muito tempo sua porta de entrada, Os corpos dos habitantes originais há muito tinham virado pó, assim como a maior parte de sua mobília e roupas. De vez em quando, encontrávamos uma jóia de metal finamente fabricada, e havia muitas imagens esculpidas de pessoas e animais por toda parte.

Encontramos uma pequena fonte de água murmurante e acampamos junto dela por vários dias, enquanto tentávamos planejar o que fazer a seguir. Tínhamos plena consciência do fato de que nenhum de nós tinha energia psíquica suficiente para propelir nosso carro aéreo de volta a Shallo-Bain. Escolhemos dois de nós para voltar à margem do rio para pegar mais peixes mortos, pois estávamos sem comida alguma. Mas nossos provedores de alimentos jamais retornaram. Um dia depois de nosso grupo se dividir, a cidade sofreu os efeitos de um grande cataclismo. Várias das construções desmoronaram a nosso redor e grandes quantidades de água inundaram rapidamente a cidade. De todas as direções vinha um barulho ensurdecedor parecido com um grito humano agudo. Debati-me nas águas revoltas da enchente até me afogar.

Autor:
Wesley Bateman

Tradução e imagens:
Thoth3126@gmail.com

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