Três Caminhos Para a Paz Interior






Reproduzimos a seguir um capítulo do livro
“Três Caminhos Para a Paz Interior”, de Carlos
Cardoso Aveline, Editora Teosófica, Brasília, 191 pp.

“Coloque a divindade diante de si mesmo em todas as suas ações. Invoque-a como testemunha de tudo o que fizer.” Por outro lado, Sextus também advertiu: “Você não estará escondido da divindade quando agir injustamente, nem quando pensar em agir mal. Nem pense naquilo que você não quer que a divindade saiba”.

Oh, Ser Divino, já que você está comigo, e que para cumprir o meu dever devo, agora, concentrar minha mente em uma tarefa concreta, peço-lhe a graça de poder continuar em sua presença. E peço que, para isso, você lance sobre mim a bênção da sua ajuda, receba os frutos do meu trabalho e seja o proprietário de todas as minhas afeições.”

Uma fórmula mencionada no mesmo diagrama para praticar a nossa auto-identificação com o espaço e o tempo ilimitados consiste em meditar, lenta e repetidamente, nas seguintes palavras: “Eu sou todo o Espaço e todo o Tempo”.

“Se ao menos uma vez entrares perfeitamente no Coração de Jesus e gozares um pouco do seu ardente amor, não te preocuparás com o teu proveito ou prejuízo. Ao contrário, te alegrarás com os sofrimentos, porque o amor de Jesus faz com que o homem despreze a si mesmo. O amigo de Jesus e da verdade, o homem realmente espiritual, livre de afeições desordenadas, pode facilmente se recolher em Deus e, elevando-se em espírito acima de si mesmo, experimentar delicioso descanso.”

A consciência da presença divina exige uma certa preparação. A principal condição é o abandono - gradual, mas irreversível - das ações e preocupações egocêntricas. O caminho espiritual mostra a inutilidade das metas egoístas e, ao mesmo tempo, ensina a confiar na vida. O buscador da verdade renuncia à auto-estima superficial enquanto entra em contato direto com a essência divina em seu coração. Ele perde o orgulho pessoal, mas sente um sereno respeito pela vida divina dentro de si mesmo. O abandono final de todo sentimento egocêntrico coincide com a suprema iluminação espiritual. Mas a ausência de preocupação consigo mesmo não significa que tal pessoa será descuidada ao atravessar uma rua, ou que não protegerá sua saúde. O sábio navega plenamente no cosmo mantendo o necessário bom senso no dia-a-dia.

Para exercitar-nos na prática da presença divina, há pelo menos três possibilidades iniciais.

Uma delas é a escolha de um dos grandes instrutores da humanidade, como Buda, Jesus, Pitágoras ou São Francisco de Assis. A condição básica é que o instrutor escolhido deve ser uma fonte profunda de inspiração para nós. Nesse caso, é preciso ter cuidado para que a personificação da prática não torne a experiência estreita, nem a faça cair em uma espécie de “devoção pessoal imaginária”. Com essa cautela, a prática é válida.

Uma segunda possibilidade é visualizar firmemente a nossa própria alma imortal, que nunca se afasta de nós, mas nos guia e protege, e que é feita de pura espiritualidade. Essa prática nos eleva enquanto mantém os nossos pés firmemente colocados no chão, porque o nosso próprio eu superior, que é impessoal, constitui, de fato, a grande ponte entre nossa personalidade consciente e pensante e o mundo divino.

Uma terceira possibilidade é visualizar o tempo eterno e o espaço infinito, percebendo que somos parte desse espaço-tempo ilimitado. Esse exercício pode ser feito tal como foi formulado por Helena Blavatsky no seu Diagrama de Meditação. Seus efeitos são extremamente benéficos e incluem a calma interior, o desapego e a plena atenção.

Feita a escolha e tomada a decisão sobre como será a nossa visualização da presença divina, o segundo passo é lembrar dessa presença, em todos os momentos possíveis da vida diária, e agir de acordo com esse fato. Sempre que nossa mente tiver um instante de folga, ao invés de distrair-nos com qualquer objeto, devemos pensar nessa presença divina em nosso coração e mente, ou junto a nós.

Essa visualização é um exercício que abre horizontes. O que é realmente divino está além de toda forma e todo pensamento, mas a prática da presença suprema é um modo de despertar a nossa consciência para a percepção contínua do infinito e do sagrado. Viver como se estivéssemos na silenciosa presença de um grande ser, ou lembrar que estamos imersos na Lei Universal, é um hábito que tem efeitos potencialmente revolucionários. Através dele, temos ao nosso alcance uma inspiração vinda das inteligências superiores.

“Vida da minha vida, tentarei conservar o meu corpo sempre puro, sabendo que a tua presença está em todo ele. Procurarei conservar longe do meu pensamento todas as falsidades, sabendo que tu és aquela verdade que acende a luz da razão no meu espírito. Tratarei de afastar sempre do meu coração qualquer maldade e conservar vivo o meu amor por ti, sabendo que tens a tua morada no santuário íntimo do meu coração. E me esforçarei por revelar-te em minhas ações, sabendo que é o teu poder que me dá força para agir.” 

http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=1310#.UwjwBPv2N74



©2014 Solange Christtine Ventura
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