Desenvolvido por Ricardo Ventura
ricardo.ventura777@hotmail.com
A NOVA ORDEM MUNDIAL
ESTÁ SE DESINTEGRANDO
por Gary North,
Conclusão

Os Detentores do Poder estão enfrentando problemas que não desaparecerão. O núcleo do controle deles é o sistema bancário de reservas fracionárias e o mercado para títulos governamentais (dívida soberana). Ambos estão sob enorme pressão. Ambos estão mostrando sinais inéditos de vulnerabilidade.

As reuniões de cúpula do euro estão se transformando em reality shows. Qual time será o dos Sobreviventes? Merkel-Sarkozy? Papandreou-Berlusconi?
Enquanto isso, a Estônia é a única nação no Ocidente que não está com problemas fiscais.

E há também a Islândia.

[I]A Islândia, cujos bancos deram um calote de $85 bilhões em 2008, completou em agosto um programa de 33 meses do Fundo Monetário Internacional. O Fundo projeta que a economia da Islândia irá crescer mais do que a média da zona do euro neste ano e no ano seguinte. De acordo com o mercado de derivativos da dívida, é mais barato fazer seguro contra um calote islandês do que fazer hedge contra um evento qualquer no bloco monetário único europeu.

Islândia e Estônia nunca foram convidadas para as reuniões de cúpula europeias. Ambas não estão no G-20. Há uma lição aí.
[SPOILER]

A Nova Ordem Mundial está em apuros. A subdivisão europeia está visivelmente em processo de desintegração.

É fácil perceber quando um importante arranjo da NOM entrou em crise. Os representantes da grande mídia perguntam repetidamente aos porta-vozes do alto escalão: "Os atuais eventos ameaçam seus planos?" E eles respondem: "Não, trata-se apenas de uma anormalidade temporária". E esse mantra é repetido incessantemente. Enquanto isso, os eventos que geraram a pergunta seguem irreprimíveis, tornando-se cada vez mais ameaçadores.

Outro sinal de que há uma verdadeira crise é quando os líderes políticos mundiais fazem sucessivas reuniões em um curto espaço de tempo, algo chamado 'reunião de cúpula' ou 'encontro de líderes'. Uma cúpula significa "o topo do monte". Os burocratas do mais alto escalão se encontram em privado, mas a reunião é visível para toda a mídia.

Os jornalistas adoram uma reunião de cúpula porque tais encontros sempre ocorrem em hotéis elegantes e em localidades pomposas. Afinal, quem levaria a sério uma reunião ocorrida em, sei lá, Hoboken, Nova Jersey? Ninguém. Por isso, os líderes se encontram apenas em locais extremamente caros e sofisticados. Os jornalistas designados para cobrir o evento se deliciam às expensas de seus jornais. E todos os envolvidos se divertem bastante.

O problema com essa estratégia é que sempre aparecem alguns manifestantes, e eles quase nunca são importunados. Eles não se hospedam no mesmo hotel luxuoso. A mídia jamais relata onde exatamente eles se hospedam. De alguma forma um tanto estranha, milhares deles possuem dinheiro sobrando para gastar com passagens aéreas. Eles provavelmente encontram abrigo em algum subsolo de alguma loja a preços camaradas. E então eles saem para se manifestar em frente ao hotel, carregando cartazes e fazendo muita balbúrdia. "Chega disso! Chega daquilo! Chega disso! Chega daquilo!". Alguns até carregam um cartaz escrito "Libertem Múmia!". E tudo segue inalterado até o fim do encontro.

Algumas vezes, as coisas ficam um pouco violentas, e alguns manifestantes são presos.

Os membros da cúpula nunca se manifestam publicamente sobre os protestos. E a mídia educadamente jamais faz perguntas a respeito.

Findado o encontro, os líderes soltam um comunicado à imprensa assegurando ao mundo que a reunião foi repleta de discussões francas. E que novas discussões francas serão mantidas por membros de um comitê permanente que foi criado com a missão de examinar as questões com mais profundidade. Os participantes então se reúnem para uma foto do grupo. E assim termina o encontro.

E Mumia continua preso.

Reuniões seguidas

Quando o grupo se reúne novamente em menos de dois meses para analisar O Problema, podemos ter a certeza de que as pessoas do topo do monte - e aqui me refiro ao topo verdadeiro, aos poderosos que jamais aparecem na mídia, e não aos seus meros representantes eleitos - estão com sérios problemas. O encontro anterior de seus porta-vozes não acalmou a situação. A crise só fez piorar. Assim, uma ordem é emitida do Alto Escalão para os Líderes Oficiais: é melhor agendar outra reunião de cúpula. O comunicado à imprensa emitido pela última reunião não funcionou.

Ato contínuo, os Líderes Oficiais pedem às suas assistentes para agendarem uma reserva em outro hotel garboso. Eles fazem as malas, juntam seu séquito, acionam as turbinas de seus jatos exclusivos para Líderes Oficiais, e voam para outra cidade de prestígio, onde será realizado o próximo encontro. Eles se reúnem em privado, mas desta vez permitem que os fotógrafos da mídia adentrem o recinto para tirar algumas fotos, as quais devem retratar uma ostentosa discussão franca entre os dois mais proeminentes Líderes Oficiais - uma alemã e um francês (ou, o que é mais raro, os três principais, ao qual se inclui um italiano). A fotografia mostra os Líderes sentados em cadeiras de $2.500 e com um semblante de muita preocupação.

E então o grupo solta outro comunicado à imprensa anunciando a criação de uma estrutura permanente para futuras discussões sobre O Problema.

As bolsas de valores ao redor do mundo sobem acentuadamente por um dia. E então, no dia seguinte, elas caem de volta para o nível em que estavam no dia anterior ao comunicado à imprensa.

Eis uma regra inquebrável: se houver uma terceira reunião de cúpula em um período de três meses, é porque o sistema bancário está realmente com sérios problemas. Se, entre a segunda e a terceira reunião, houver algumas falências de bancos ou de corretoras dos quais o público jamais ouviu falar, mas os quais revelaram possuir ativos de dezenas de bilhões de dólares, então o pessoal do topo do monte estará em pânico. Eles estarão se perguntando, "Quem será o próximo?" Cada um deles irá pensar, "Talvez seja o meu banco". Mas é claro que eles irão mencionar entre si apenas algum grande banco que vem tentando há anos entrar nesse círculo de privilegiados, mas que ainda não logrou êxito.

Múltiplas e seguidas reuniões de cúpula que discutem exatamente o mesmo problema são um sinal de que se trata de um problema que eles não estão conseguindo resolver. O problema só faz piorar.

O sistema bancário de reservas fracionárias

por Murray N. Rothbard, terça-feira, 11 de maio de 2010

Em certa medida, os banqueiros comerciais emprestam seu próprio capital e dinheiro adquiridos via CDBs. Mas os bancos comerciais são, na verdade, "bancos de depósito" que se baseiam em uma fraude colossal:
a idéia, na qual a maioria dos depositantes acredita, de que seu dinheiro está de fato no banco, pronto para ser resgatado a qualquer momento. Se João tem uma conta-corrente de $1.000 em um banco local, João sabe tratar-se de um "depósito à vista", isto é, ele sabe que o banco promete pagar-lhe $1.000 em dinheiro, de imediato, a qualquer momento que ele queira "retirar seu dinheiro". Naturalmente, os Joãos desse mundo estão convencidos de que seu dinheiro está lá no banco, seguro, esperando para ser sacado a qualquer momento. Portanto, eles pensam em suas contas-correntes como sendo o equivalente a um recibo de armazenagem. Se uma pessoa coloca uma cadeira em um armazém antes de sair para uma viagem, ela espera recuperar essa cadeira assim que ela voltar e apresentar seu recibo. Infelizmente, embora os bancos aparentemente funcionem como armazéns, os depositantes na realidade são sistematicamente iludidos. Seu dinheiro não está lá.

[SPOILER]O sistema bancário é uma parte particularmente hermética e misteriosa do sistema econômico; um dos problemas é que a palavra "banco" engloba muitas atividades distintas, e com implicações muito diferentes. Durante o Renascimento, os Médici, na Itália, e os Fugger, na Alemanha, eram conhecido como "banqueiros". Entretanto, seus bancos não apenas eram privados como também surgiram como sendo uma atividade legítima, não inflacionária e altamente produtiva. Essencialmente, eles eram "banqueiros-mercadores", que começaram sua carreira como notórios comerciantes. No decurso de sua profissão de comerciante, esses mercadores começaram a conceder crédito a seus clientes, e, no caso específico dessas duas grandes famílias de banqueiros, a parte de suas atividades que mexia com crédito ou operações bancárias passou a ofuscar suas outras atividades comerciais. Essas empresas emprestavam dinheiro oriundo de seus próprios lucros e poupanças, e cobravam juros sobre esses empréstimos. Assim, elas canalizavam sua própria poupança para investimentos produtivos.

Quando os bancos limitam-se a emprestar sua própria poupança, ou a mobilizar a poupança de terceiros, suas atividades são produtivas e irrepreensíveis. Mesmo no atual sistema bancário, se eu comprar um Certificado de Depósito Bancário (CDB) resgatável em seis meses, e ganhar sobre essa aplicação uma determinada taxa de juros, estou apenas pegando minha poupança e emprestando-a ao banco, que, por sua vez, irá emprestá-la a terceiros e cobrar uma taxa de juros maior do que a que ele vai me pagar, sendo essa diferença embolsada pelo banco como recompensa pela tarefa de ter direcionado minha poupança para tomadores de empréstimos produtivos ou dignos de crédito. Não há problema algum com esse processo.

O mesmo é válido até mesmo para os grandes "bancos de investimento", que se desenvolveram à medida que o capitalismo industrial foi prosperando no século XIX. Os banqueiros de investimentos normalmente utilizavam seu próprio capital, ou o capital investido ou emprestado por terceiros, para financiar a aquisição de capital de grandes corporações. Eles faziam isso vendendo títulos a acionistas ou credores. O problema com os bancos de investimento é que um de seus principais campos de investimento passou a ser o financiamento de títulos do governo. Isso os mergulhou profundamente no mundo da política, dando-lhes um poderoso incentivo para pressionar e manipular governos para que estes aumentassem impostos, possibilitando assim o pagamento dos títulos governamentais em posse sua e de seus clientes. Donde advém toda a poderosa e perniciosa influência política desfrutada pelos bancos de investimento nos séculos XIX e XX: em particular os Rothschild, na Europa Ocidental, e Jay Cooke e os Morgan, nos EUA.

Já no final do século XIX, os Morgan tomaram a iniciativa de pressionar o governo dos EUA para que este cartelizasse as indústrias nas quais eles, os Morgan, estavam interessados - primeiro as ferrovias e depois as fábricas. A intenção era proteger esses setores da livre concorrência utilizando o poder do governo de modo que lhes possibilitasse restringir a produção e aumentar os preços. Em particular, os banqueiros de investimento haviam se tornado um grupo bastante ativo na busca pela cartelização dos bancos comerciais.

Em certa medida, os banqueiros comerciais emprestam seu próprio capital e dinheiro adquiridos via CDBs. Mas os bancos comerciais são, na verdade, "bancos de depósito" que se baseiam em uma fraude colossal: a ideia, na qual a maioria dos depositantes acredita, de que seu dinheiro está de fato no banco, pronto para ser resgatado a qualquer momento. Se João tem uma conta-corrente de $1.000 em um banco local, João sabe tratar-se de um "depósito à vista", isto é, ele sabe que o banco promete pagar-lhe $1.000 em dinheiro, de imediato, a qualquer momento que ele queira "retirar seu dinheiro". Naturalmente, os Joãos desse mundo estão convencidos de que seu dinheiro está lá no banco, seguro, esperando para ser sacado a qualquer momento. Portanto, eles pensam em suas contas-correntes como sendo o equivalente a um recibo de armazenagem. Se uma pessoa coloca uma cadeira em um armazém antes de sair para uma viagem, ela espera recuperar essa cadeira assim que ela voltar e apresentar seu recibo. Infelizmente, embora os bancos aparentemente funcionem como armazéns, os depositantes na realidade são sistematicamente iludidos. Seu dinheiro não está lá.

Um armazém honesto garante que os bens entregues a seus cuidados estejam lá, no almoxarifado ou no cofre. Mas os bancos operam bem diferentemente, pelo menos desde a época de bancos de depósito como o Banco de Amsterdã e o de Hamburgo, ainda no século XVII. Estes de fato agiam como armazéns, lastreando todos os seus recibos com os ativos que eram nesses bancos depositados, como ouro e prata. Essa forma honesta de banco de depósito é chamada de sistema bancário com 100% de reservas. Porém, desde então os bancos assumiram o hábito de criar recibos de armazenagem (na época, notas bancárias; atualmente, depósitos em conta-corrente) sem qualquer lastro. Essencialmente, eles se tornaram fraudadores que criam falsos recibos de armazenagem que circulam como se fossem genuínos e totalmente lastreados por cédulas de dinheiro. Os bancos ganham dinheiro ao simplesmente criarem dinheiro do nada - antes, eles podiam criar suas próprias cédulas; hoje, eles criam apenas depósitos eletrônicos.

Esse tipo de fraude ou falsificação é dignificado com a alcunha "sistema bancário de reservas fracionárias", o que significa que os depósitos bancários são lastreados por apenas uma pequena fração do dinheiro que o banco promete ter em mãos no momento do resgate. [Nos EUA, esse valor sempre girou em torno de 10%. No Brasil, ele era de 36% até outubro de 2008. Atualmente está em 28%]...

Por fim, suponhamos que, amanhã, todo o público repentinamente se desse conta da fraude que é o sistema bancário, corresse para os bancos e, em uníssono, exigisse a retirada de seu dinheiro. O que aconteceria? Os bancos instantaneamente se tornariam insolventes, pois possuem apenas uma pequena fração de todo o dinheiro que devem aos seus perplexos clientes. Uma opção seria implementar um enorme aumento nos impostos para ressarcir esses correntistas. Porém, é óbvio que tal medida não seria muito palatável. Assim, a única coisa que o BC poderia fazer - e isso seria exclusivamente de sua competência - seria imprimir uma quantia suficiente de dinheiro para pagar todos os correntistas.

Desnecessário dizer que os correntistas, agora encorajados por esse gigantesco socorro, irão prontamente re-depositar essa enorme quantidade de dinheiro nos bancos, aumentando o total de reservas bancárias e possibilitando uma imediata expansão da oferta monetária, seguindo os mesmos preceitos já descritos. Uma inflação rampante e a destruição total da moeda seriam as conseqüências inevitáveis.

Murray N. Rothbard (1926-1995) foi um decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi o vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies. [/SPOILER]

Simulador de reservas fracionárias:

http://www.activistpost.com/2012/05/frackin-reserve-fractional-reserve.html
http://cynic.me/2012/05/17/frackin-reserve-web-edition-a-fractional-reserve-banking-simulator/

Solange Christtine Ventura
http://www.curaeascensao.com.br